Um novo estudo global da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com o Instituto Nacional de Investigação da Polônia (NASK), revela que 25% dos empregos no mundo estão potencialmente expostos à inteligência artificial generativa. O relatório aponta que a tendência mais provável é a transformação das funções, e não a substituição completa dos trabalhadores.
Intitulado “Inteligência Artificial Generativa e Empregos: Um Índice Global Refinado da Exposição Ocupacional”, o estudo analisou cerca de 30 mil tarefas profissionais, combinando dados de classificação da IA com microdados organizados pela ONU. O objetivo é fornecer um instrumento político que oriente governos e organizações na formulação de estratégias para lidar com os impactos da IA no mercado de trabalho.
Segundo o autor da pesquisa, Pawel Gmyrek, a metodologia foi pensada para ir além da teoria, reunindo inteligência artificial, conhecimento humano e validações técnicas para criar um modelo replicável em diferentes países.
Transformação, não substituição
As profissões mais impactadas são aquelas com tarefas repetitivas e administrativas — como funções nos setores de mídia, finanças e tecnologia da informação — especialmente em países de alta renda. Mesmo assim, a automatização total segue improvável, já que muitas atividades ainda exigem intervenção humana.
Outro dado relevante: a exposição à IA é maior entre as mulheres, sobretudo em países desenvolvidos. Cerca de 9,6% dos empregos femininos estão em risco de automatização completa, contra apenas 3,5% no caso dos homens.
Adaptação será chave
O estudo destaca que os impactos da IA variam de país para país, dependendo da infraestrutura digital e da qualificação da força de trabalho. Por isso, os autores defendem políticas públicas inclusivas e diálogos sociais para garantir que a transição tecnológica aumente a qualidade do emprego, e não amplifique desigualdades.
Em resumo, a inteligência artificial está redesenhando o mercado de trabalho, mas com potencial para gerar melhorias — desde que os governos estejam preparados para antecipar e gerenciar essa transição.