COMO ENTRAR NA CARREIRA

Quer ser professor universitário? Salários vão de R$4.500 a R$24 mil por mês

A carreira universitária é o objetivo profissional de muita gente. A afinidade com o ensino e a pesquisa, a estabilidade da carreira e também os salários atrativos.

Carga horária e titulação podem elevar salário de professor universitário para mais de R$10 mil
Carga horária e titulação podem elevar salário de professor universitário para mais de R$10 mil. Foto: Pixabay

A carreira universitária é o objetivo profissional de muita gente. A afinidade com o ensino e a pesquisa, a estabilidade da carreira e também os salários atrativos estão entre os fatores que acabam fazendo com que muitos universitários decidam começar a trilhar o caminho rumo à carreira do magistério ainda na graduação. Mas, quanto ganha exatamente um professor universitário no Brasil?

De acordo com a plataforma especializada em recrutamento de empregos Catho, o salário líquido de um professor universitário pode variar no Brasil, sobretudo se considerado o regime de contratação no qual o profissional se enquadra. Em média, a plataforma estima que o salário de um docente varia de R$4 mil a R$12 mil por mês.

Isso porque, de acordo com dados da própria Catho, a média salarial dos professores universitários que atuam em instituições privadas varia de R$4.500 a R$7 mil mensais. Porém, em instituições públicas, especialmente as federais, um professor doutor que atue em regime de dedicação exclusiva pode receber uma remuneração que ultrapasse os R$18 mil.

No caso das universidades federais, como a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), por exemplo, a carreira de docentes efetivos – aqueles que precisam passar por aprovação em concurso público de provas e títulos – é regida pela Lei Nº 12.772/2012, o chamado Plano de Carreiras e Cargos do Magistério Federal (PCCMF).

De acordo com a legislação, que sofreu alterações recentes pela Lei Nº 15.141, de 2 de Junho de 2025, a carreira de magistério superior federal é estruturada nas classes A (Professor Assistente), B (Professor Adjunto), C (Professor Associado) e D (Professor Titular) e respectivos níveis de vencimento.

O ingresso dos profissionais na carreira se dá sempre na classe A, categoria em que o vencimento básico pode variar de R$3.090,43 para um regime de trabalho de 20 horas semanais a até R$6.180,86 em regime de dedicação exclusiva. Já na classe B, de professor adjunto, o vencimento básico varia de R$3.260,40 a R$7.441,32, a depender do nível e do regime de trabalho.

Com as mesmas variáveis, o vencimento básico dos professores enquadrados na classe C vão de R$4.595,02 a R$10.487,35. Já os professores titulares, classe D, têm vencimentos básicos que variam de R$5.768,05 a R$11.536,10.

Mas, para além do vencimento básico, a carreira do magistério federal também prevê Retribuição por Titulação (RT), que considera titulações como pós-graduação a nível de aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado.

Para quem atua no regime de 20 horas semanais, a RT pode variar desde R$154,52 para um docente Classe A que possui pós-graduação a nível de aperfeiçoamento, a até R$3.316,63 para o docente Classe D que possui doutorado.

No regime de 40 horas semanais, as RT vão de R$342,49 para o docente Classe A que possui aperfeiçoamento a até R$6.964,91 para o docente Classe D com doutorado.

Por fim, os valores da Retribuição por Titulação dos docentes que atuam em regime de dedicação exclusiva vão de R$618,08 para os docentes Classe A que possuem aperfeiçoamento, a até R$13.266,52 para os docentes Classe D com doutorado.

Os editais de concursos destinados à carreira do magistério superior costumam ser divulgados diretamente pelas universidades ao longo de todo o ano, portanto, os interessados em seguir essa carreira precisam estar atentos aos sites das instituições.   

Veja o que influencia o salário de um professor universitário:

A remuneração de docentes no ensino superior é definida por uma combinação de fatores que vão além da sala de aula. Titulação, carga horária, tipo de instituição e regime de contratação estão entre os principais elementos que influenciam nos vencimentos da categoria.

Formação acadêmica faz diferença

A titulação é um dos critérios mais relevantes. Ter uma especialização é o requisito mínimo para ingressar na docência universitária, mas títulos como mestrado e doutorado tendem a elevar significativamente o salário.

Mais horas, mais ganhos

A carga horária também impacta diretamente na remuneração. Professores contratados por hora/aula, os chamados horistas, podem receber valores atrativos mesmo com poucas horas trabalhadas, embora não contem com estabilidade. Já os regimes fixos de 20h, 40h semanais ou dedicação exclusiva oferecem salários fixos e maior segurança profissional. E, naturalmente, quanto mais horas contratadas, maior o ganho mensal.

Rede pública ou privada: há diferença?

Outro fator decisivo é o tipo de instituição. Em geral, professores de universidades particulares recebem menos do que os da rede pública. Isso porque universidades estaduais e federais contam com planos de carreira estruturados, adicionais por titulação e maior estabilidade funcional.

Forma de contratação influencia nas garantias

Por fim, o regime de contratação também pesa. Nas universidades públicas, é comum que os docentes sejam estatutários, com estabilidade garantida após o estágio probatório. Já nas instituições privadas, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) rege os contratos, o que pode significar menos garantias e maior variação na jornada de trabalho.

Estrutura Remuneratória

No caso da carreira do magistério superior federal, a estrutura remuneratória do plano de carreira é composta pelo Vencimento Básico – valor vinculado a cada nível de vencimento, por classe – acrescido da Retribuição por Titulação. Essa retribuição está relacionada ao nível de escolaridade comprovado do docente (aperfeiçoamento, especialização, mestrado ou doutorado). Quanto maior o título de educação formal, maior o valor da Retribuição por Titulação. 

Fontes: Com informações de CathoLei Nº 12.772/2012; e Lei Nº 15.141/2025.