A partir de 1º de junho, os entregadores parceiros do iFood vão receber um reajuste na taxa mínima de entrega. O anúncio, feito pela própria empresa nesta semana, ocorre pouco mais de um mês após os protestos organizados por entregadores em diversas cidades brasileiras, em que os profissionais reivindicaram melhorias nas condições de trabalho e remuneração.
A nova taxa mínima será de R$ 7,50 para entregadores de motocicleta e carro — atualmente fixada em R$ 6,50 desde 2023. Para entregadores que utilizam bicicletas, o valor passa de R$ 6,50 para R$ 7. Embora o aumento da taxa tenha sido confirmado, o valor pago por quilômetro rodado continua em R$ 1,50.
Segundo o iFood, o reajuste está ligado ao acúmulo da inflação, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). “O iFood vai assumir este aumento e não vai repassar para o ecossistema. A gente sabe da sensibilidade do assunto, e o quanto isso pode afetar todo nosso ecossistema”, afirmou Johnny Borges, diretor de responsabilidade social da plataforma.
O percentual de aumento chega a 15,4% para motociclistas e motoristas, e a 7,7% para ciclistas — acima do INPC acumulado em 2024, que ficou em 4,8%.
Reivindicações dos entregadores
A mobilização “breque dos apps”, realizada no fim de março, reuniu milhares de entregadores em protestos contra a precarização da atividade. As manifestações aconteceram em dezenas de cidades do país e miraram não só o iFood, mas outros aplicativos de entrega também.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estavam:
- Taxa mínima de R$ 10 por corrida;
- Aumento da remuneração por quilômetro, de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Limite de atuação com bicicleta em rotas de até 3 km;
- Pagamento integral de cada pedido, mesmo em entregas agrupadas numa mesma rota.
Outras melhorias anunciadas
Além do reajuste na taxa mínima, o iFood comunicou mudanças em benefícios concedidos aos entregadores. Um dos destaques foi a ampliação da Diária de Incapacidade Temporária, que passa de 7 para 30 dias. O valor pago em casos de acidentes — como quedas que impeçam o profissional de trabalhar — também aumentou: de R$ 1.000 para R$ 1.500.
A empresa elevou ainda o valor da indenização em caso de morte ou invalidez permanente, que passa de R$ 100 mil para R$ 120 mil.
Para os ciclistas, o iFood também lembrou que, desde janeiro, as rotas médias passaram a ser limitadas a até 4 km, o que, segundo a empresa, visa maior segurança e viabilidade do serviço para quem pedala.