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Contratação de jovens aprendizes aumentou 26% no Estado

Segundo o Dieese, foram admitidos mais de 4 mil trabalhadores de 14 a 24 anos com esse perfil no Pará, que lidera os números na Região Norte. Saiba o que faz e o perfil do Jovem Aprendiz
Segundo o Dieese, foram admitidos mais de 4 mil trabalhadores de 14 a 24 anos com esse perfil no Pará, que lidera os números na Região Norte. Saiba o que faz e o perfil do Jovem Aprendiz

Luiz Flávio

O Estado do Pará lidera a contratação de aprendizes em toda a região Norte: a contratação formal desse segmento no acumulado do primeiro trimestre deste ano (janeiro a março) alcançou um total de 4.177 pessoas, o que representa um crescimento de mais de 26% em relação às contratações no mesmo período do ano passado quando foram contratados um total de 3.303 jovens aprendizes.

O levantamento foi realizado pelo Dieese-PA com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho. O estudo faz parte das atividades do Observatório do Trabalho do Estado do Pará, parceria entre o Dieese e o Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).

Os números mostram ainda que mais da metade dos jovens aprendizes, um total de 2.168 jovens (52%) eram do sexo masculino; e os 2.009 jovens restantes (48%) são do sexo feminino.

Ainda segundo as análises do departamento, todos os macro setores econômicos de atividades no Estado contrataram formalmente jovens aprendizes no período, com destaque para o setor serviços que foi responsável por cerca de 37,3% de todos os registros, admitindo formalmente um total de 1.560 pessoas; vindo em seguida o comércio responsável por cerda de 33% (1.379); a Indústria com 12,4% (518) jovens; construção com 10,6% (442)e o por último o setor da Agropecuária, responsável 6,7% de todos os registros no Estado, com a admissão formal de 278 jovens.

Considerando a Região Norte no período analisado, todos os Estados contrataram, alcançando um total de 9.846 pessoas. E mais uma vez o Pará aparece em destaque, registrando a maior contratação na região, respondendo por 42,4% (4.177 jovens) de todas as contrações da região, vindo na sequência os Estados do Amazonas com 19% (1.875) e Rondônia com 14% (1.380 jovens).

O Dieese analisou ainda a distribuição da contratação de jovens aprendizes considerando os registros em todas as unidades da federação. No 1º trimestre deste ano, mais de 179 mil jovens em todo o país adentraram no mercado de trabalho formal na condição de aprendizes, com destaque para o Estado de São Paulo com a contração formal de 48.339 pessoas. “No balanço nacional, os números do Estado do Pará o consolidam como maior contratante de Jovens Aprendizes de toda a Região Norte, e também o 11ª colocado entre todos os demais Estados da federação”, contabiliza Éverson Costa, supervisor técnico do Dieese-PA.

Segundo ele, o aumento na contratação de jovens aprendizes é importante dado o estoque muito grande de jovens desempregados no Estado. “Fizemos um estudo mostrando que existem mais de 2,3 milhões de jovens residentes no Pará na faixa etária entre 15 e 29 anos, o que representa metade da população jovem da Região Norte como um todo”, observa.

Ele chama atenção que metade desse efetivo se encontra desempregado. “E a aprendizagem surge com uma ferramenta importante de acesso ao mercado de trabalho para esses jovens de maneira justa e qualificada, já que, além de serem capacitados no seu local de trabalho não podem largar os estudos”.

Comparando os mais de 1.150 milhão de jovens que não estão sequer no mercado informal e a quantidade de jovens aprendizes contratados nos primeiros 3 meses deste ano (4.177), o desafio para solucionar o problema ainda é imenso. E a realização da COP 30 aqui em Belém daqui a um ano e meio trará um leque de oportunidades para esses jovens, sejam elas temporárias, formais ou informais.

“Vários cursos de qualificação promovidos pelo governo do Estado em parceria com várias entidades de diversos segmentos estão acontecendo neste exato momento. São 12 mil vagas ofertadas que vão beneficiar muitos jovens que, certamente, serão abrigados no setor de serviços, o que vem mais gerando oportunidades para esse segmento no Estado como revela nosso estudo”, reforça Costa.

Como funciona o Programa Jovem Aprendiz

  1. Um dos desafios do Jovem no mercado de trabalho é encontrar uma primeira oportunidade de emprego que respeite o fato dele ser uma pessoa em desenvolvimento e que o estimule a continuar os estudos e o desenvolvimento profissional, além de garantir direitos trabalhistas e previdenciários.
  2. Por isso, os Programas de Aprendizagem – como o Programa Jovem Aprendiz – foram criados e sustentados pela Lei. Mas, muito além de cumprir cotas obrigatórias, são uma maneira eficiente de contribuir como solução para um cenário atual desafiador para a juventude e promover a evolução da força de trabalho no Brasil.
  3. De um lado, os jovens têm a oportunidade de inclusão social com o primeiro emprego e de desenvolver habilidades para entrar no mundo corporativo. De outro lado, os empresários colaboram ativamente com a formação dos futuros profissionais, mantendo um trabalho de formação social, educacional e profissional de jovens e adolescentes do país.