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Conheça as 25 profissões com maior escassez de mão-de-obra no Brasil

Recupere sua carreira com empregos na área técnica: a escassez de profissionais qualificados está criando demanda no mercado de trabalho.

O estudo da CNC ainda chama a atenção para outras profissões do setor de serviços que receberam destaque por conta da sobra de vagas em relação à quantidade de profissionais disponíveis
O estudo da CNC ainda chama a atenção para outras profissões do setor de serviços que receberam destaque por conta da sobra de vagas em relação à quantidade de profissionais disponíveis Foto Wagner Santana/Diário do Pará.

Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que este é um bom momento para quem tem formação técnica se recolocar no mercado formal de trabalho. Com os menores níveis de desemprego da série histórica pesquisada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cenário do mercado de trabalho é de escassez de mão de obra qualificada, com registro acima de 35%, fazendo com que os setores elevem os salários iniciais na busca por profissionais para as vagas abertas. 

Para chegar ao percentual, a entidade considerou 203 profissões mais representativas do mercado formal e confirmou a tendência – observada desde o fim da pandemia – de falta de trabalhadores qualificados. O estudo considerou os dados dos 12 meses encerrados em outubro de 2024.

O setor de serviços foi o que sinalizou as maiores altas dos salários de contratação. No período, o aumento para o cargo de técnico em secretariado foi de 17,3%, enquanto o de professor de nível superior na educação infantil (de 4 a 6 anos) foi de 14,6%. As duas ocupações lideram o ranking de aumento salarial entre as principais profissões com indícios de escassez. Para efeitos comparativos, em relação a outubro de 2023, o salário médio de admissão no País subiu 5,75% (1,2% em termos reais). 

“Com o mercado de trabalho registrando nível de desemprego histórico, em 6,4%, este impacto já era esperado. A taxa de crescimento da economia superou as expectativas na primeira metade do ano, e o crescimento do PIB contribui para este fenômeno, assim como outros fatores, como a redução da população na força de trabalho”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, a falta de profissionais tem sido observada em momentos de crescimento econômico, especialmente após 2020, quando mais vagas foram abertas com o mercado em expansão. “O aumento salarial inicial é consequência direta da disputa entre empresas por mão de obra qualificada”, explica Fabio Bentes. Em momentos de retração da economia brasileira, ocorre o inverso. Segundo o economista, com menos oportunidades de trabalho e aumento salarial, a escassez de profissionais chega a zero.

De acordo com dados do IBGE, o terceiro trimestre de 2024 fechou com 62,4% de participação da força de trabalho em relação à população total do País, enquanto no período pré-pandemia atingiu 63,6%. A diferença percentual representa 3 milhões de pessoas a menos à procura de emprego.

O estudo da CNC ainda chama a atenção para outras profissões do setor de serviços que receberam destaque por conta da sobra de vagas em relação à quantidade de profissionais disponíveis. São os casos dos cargos de técnico de enfermagem, que teve 10,6% de acréscimo no salário inicial; de técnico de vendas, com aumento de 9,5% na hora da contratação; de professor de nível superior na educação infantil (0 a 3 anos), com valor 9,2% maior; de fisioterapeuta geral, com aumento de 8,6%; de zelador de edifício, com 8,3%; e de auxiliar de pessoal, com 8,3%.

Capacitação

O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Pará (ABRH-PA), Júnior Lopes, ressalta que é fundamental os profissionais buscarem sempre o desenvolvimento pessoal e profissional para estarem aptos aos cargos que desejam ocupar. “Atualmente, vemos as empresas mais tecnológicas e é fundamental o colaborador buscar novas competências e habilidades para não ficar para trás”.

Júnior Lopes explica ainda que as empresas precisam investir mais em programas de desenvolvimento e capacitação para melhor deixar os profissionais preparados quanto às necessidades do mercado. Além disso, o presidente da ABRH-PA destaca, ainda, que o próprio colaborador também deve buscar sempre o autodesenvolvimento, procurando conhecimentos e qualificações que a empresa não fornece.

Para quem deseja voltar ao mercado de trabalho, Júnior Lopes recomenda ao candidato pesquisar informações sobre a vaga, o cargo e quais competências esta vaga exige. “Por exemplo, se a pessoa vai se candidatar a uma vaga de motorista, é importante a pessoa estar com a CNH em dia e sem problemas. Este é um exemplo prático para visualizarmos como é importante estarmos atentos às necessidades e exigências dos cargos”.

Cursos como relacionamento interpessoal e comunicação assertiva também contribuem para a qualificação profissional e pessoal, de acordo com Júnior Lopes. O especialista recomenda, também, o desenvolvimento de habilidades muito importantes para as empresas, como gestão de conflitos, tomada de decisões, proatividade, pensamento estratégico e facilidade para lidar com dados.

O currículo também deve ter atenção especial, sempre atualizado e divulgado em plataformas profissionais online, como o LinkedIn, que conecta profissionais, empresas e instituições. “O mercado está cheio de oportunidades, mas é importante estar qualificado para não perder a oportunidade de se recolocar no mercado de trabalho”. Júnior Lopes recomenda, ainda, que o profissional mantenha boas relações pessoais para estabelecer um bom network, o que pode ajudar na busca por novas oportunidades de emprego.

25 Profissões com Escassez de Mão de Obra
Fonte: CNC

  1. Técnico em Secretariado
  2. Professor de Educação Infantil (4 a 6 anos)
  3. Técnico em Manutenção de Máquinas
  4. Operador de Máquinas-Ferramentas Convencionais
  5. Mecânico de Manutenção de Máquinas
  6. Técnico de Enfermagem
  7. Caldeireiro (Chapas de Ferro e Aço)
  8. Técnico de Vendas
  9. Soldador
  10. Trabalhador Volante da Agricultura
  11. Professor de Educação Infantil (Zero a Três Anos)
  12. Tecnólogo em Logística de Transporte
  13. Porteiro de Locais de Diversão
  14. Vendedor Pracista
  15. Trabalhador da Pecuária (Bovinos de Corte)
  16. Montador de Veículos (Linha de Montagem)
  17. Fisioterapeuta Geral
  18. Embalador(a) (Máquina)
  19. Mecânico de Veículos Automotores a Diesel (Exceto Tratores)
  20. Trabalhador no Cultivo de Árvores Frutíferas
  21. Zelador de Edifício
  22. Auxiliar de Pessoal
  23. Montador de Andaimes (Edificações)
  24. Professor de Ensino Fundamental (1ª a 4ª série)
  25. Embalador(a) (à Mão)