Conhecer o estilo de cobrança da banca examinadora é uma das principais recomendações de professores de cursinhos preparatórios para candidatos de concursos públicos. Confira os concursos públicos abertos e previstos no Pará.
Os concursos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), do Senado e da Receita Federal já confirmaram as organizações responsáveis pelos processos seletivos, possibilitando melhor preparação por parte dos candidatos.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) foi confirmada para os concursos do Senado e da Receita Federal, e o Cebraspe para a seleção do INSS. Cada banca tem um estilo característico de cobrança e avaliação.
Banca da Cebraspe: como estudar?
A Cebraspe (antigo Cespe/UnB) é conhecida do público que se prepara para o concurso do INSS, pois foi a banca nas duas últimas edições. “Existe um universo muito grande de questões recentes da Cebraspe para o treino dos nossos alunos”, relata Arthur Lima, um dos sócio-fundadores do Direção Concursos e ex-auditor da Receita Federal.
Fernanda Helene, advogada especialista em direito previdenciário e professora no AlfaCon, relata que a expectativa é que 70 das questões da prova abordem seguridade social, e 15, língua portuguesa, mas que não é por isso que o candidato deve deixar de estudar todas as disciplinas: “Essa pontuação, isoladamente, não será suficiente para a aprovação do candidato, devido ao histórico de alta nota de corte.”
IBGE abre novo concurso com 8,2 mil vagas para Censo 2022
Serão 120 questões de múltipla escolha, com alternativas que devem ser classificadas como certas ou erradas e erros anulando acertos.
“A banca faz isso para penalizar o chute e favorecer as certezas dos candidatos. Isso significa que a estimativa de resposta, o famoso ‘chute’, que provavelmente sempre acontecerá, deve ser feita com cuidado e não aleatoriamente”, diz Mesquita.
Lima diz que este tipo de questão também dificulta o acerto por eliminação, em que o candidato não necessariamente sabe a resposta correta, mas consegue encontrá-la ao reconhecer que as outras estão erradas.
Banca da FGV: como estudar?
A FGV foi a banca organizadora do último concurso do Senado Federal, em 2012. Apesar disso, Arthur Lima, um dos sócio-fundadores do Direção Concursos e ex-auditor da Receita Federal, não recomenda estudar por meio desta prova. “Como já tem bastante tempo, não podemos nem dizer que se trata da mesma banca.”
“A gente vem recomendando aos alunos que não se preocupem tanto em ficar durante a fase de preparação resolvendo as questões da prova lá de 2012, é muito mais importante trabalhar questões de provas da FGV mais recentes”, explica.
No caso da Receita, os concursos anteriores foram realizados pela Esaf (Escola de Administração Fazendária), extinta em 2019.
Lima diz que a FGV tem um estilo de prova bastante conhecido em disciplinas como língua portuguesa, com nível de exigência bastante elevado. Além disso, há muitas questões recentes em matérias como direito constitucional, direito administrativo e raciocínio lógico, que podem ser usadas para treinar.
Porém, ele afirma que a Receita Federal e o Senado cobram conteúdos que não costumam aparecer em outras provas. “No caso do Senado, o melhor exemplo disso é a cobrança do regimento interno do Senado Federal e do regimento comum, do Congresso. No caso da Receita Federal, a legislação aduaneira, a legislação tributária federal e o comércio internacional praticamente só caem em seu concurso.”
Para tais disciplinas, o especialista ressalta a importância de reforçar o conhecimento teórico e, se possível, trabalhar questões inéditas. “Alguns professores, nós mesmos lá do Direção, temos elaborado questões inéditas para que o candidato possa exercitar e ter uma ideia de como os conteúdos podem ser cobrados.”
Fernando Mesquita, professor especialista em técnicas de aprendizagem no Gran Cursos online, diz que as questões da FGV são sempre de múltipla escolha, com cinco alternativas, e que resolver questões anteriores, se acostumando à extensão dos enunciados da FGV, é um desafio que beneficia os candidatos.
Ele recomenda fazer simulados para treinar tempo de prova e organização, além de criar a prática de, sempre que possível, pular textos longos e recorrer a eles apenas se indispensável para responder à questão.
O professor também diz que a prova escrita costuma ter muita relevância para a FGV, chegando ao ponto de equivaler ou até superar os pontos previstos para a prova objetiva. Ele prevê que não deve ser diferente no concurso da Receita, com a possibilidade de haver questões discursivas, estudos de caso ou pareceres.
“Enquanto não sai o edital, o concursando pode treinar com questões de 20 linhas sobre os tópicos em que tem dificuldade. O próprio candidato pode elaborar seus temas depois de ver como eles foram cobrados em provas anteriores”, diz.
A Receita Federal informou que não comenta sobre normas ou atos ainda não publicados.