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COMÉRCIO: com 9,4 mil postos, Pará lidera criação de empregos no Norte

breve. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
breve. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Diego Monteiro

O Pará ficou em primeiro lugar no Norte do Brasil como o estado que mais gerou emprego com carteira assinada no setor do comércio. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram 9.400 novos postos de trabalhos formais de janeiro a dezembro de 2022.

Dados mais detalhados da entidade, como o registrado nos 12 meses, concluíram que 112 mil trabalhadores conseguiram inserção no mercado de trabalho por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), contra 102 mil demissões. E não para por aí: no Centro Comercial de Belém é comum encontrar diversas placas que anunciam vagas de trabalho: “estamos recebendo currículo com ou sem experiência”.

E foi em uma dessas oportunidades que Juciara Reis Rodrigues, 27, conseguiu ser contratada como vendedora em uma loja de artigos em geral. “Antes a minha principal renda era como autônoma, mas graças a Deus a empresa abriu essa porta para mim e hoje estou com carteira assinada, sabendo que vou receber no final do mês, sem contar dos meus direitos que agora tenho”, ressaltou.

Carlos Júnior, 28, que trabalha como vendedor na livraria Paulinas, explicou que uma das principais estratégias para se manter no mercado é desenvolver um bom trabalho. “Este é o meu primeiro emprego. Saí, depois retornei e estou aqui até hoje ajudando o estabelecimento de todas as formas. Eu me sinto feliz e honrado de fazer parte dessa equipe e pretendo ficar por muito mais tempo aqui”, declarou.

Ao analisar os estados que compõe o norte, o resultado foi o seguinte: o Pará ficou no topo com saldo de 9.429 postos de trabalhos; seguido por Tocantins com a geração de 4.022 empregos formais; depois Rondônia, que realizou 3.218 carteiras assinadas; Roraima com saldo de 2.943 contratações; já o Acre fechou o ano passado com 2.044 postos de trabalhos; e por fim Amapá, 1.479.

Na lista dos que conseguiram passar pela pandemia da Covid-19 empregados está a operadora de caixa Cibele Cristina Silva, 26, que mesmo com a série de demissões, a profissional não entrou para as estatísticas de desligados do Dieese-PA. “Manter o emprego é sempre bom, principalmente porque precisamos pagar nossas contas, então posso dizer que foi uma vitória para mim”, afirmou.

PROJEÇÃO

Os números de admitidos podem melhorar ainda mais, já que é comum que o mercado abra as portas para profissionais temporários devido à grande demanda de datas comemorativas e que movimentam a economia local, como a Semana Santa, no próximo mês de abril, e o Dia das Mães, que tradicionalmente é comemorado no mês de maio, entre outros.

Ao comparar os últimos anos, os especialistas enxergam o futuro do setor com otimismo. “O PIB do ano passado mostrou que encerramos com crescimento de quase 3,5%. Para 2023 o crescimento é tímido e as projeções do Banco Central e do mercado são de 0,8% a 1%. É um governo novo e com decisões novas sendo tomadas”, enfatizou o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa.

“Existe a possibilidade de retorno de projetos macro estruturantes da economia que geram emprego, principalmente no setor da construção civil, pois esses trabalhadores empregados vão contribuir em dois setores fundamentais: serviço e comércio. Mas não podemos deixar de lado o cenário de incertezas global, pois é algo que pode ser imprevisível”, concluiu.