A população brasileira está envelhecendo, e rápido. Segundo o Censo 2022, o número de pessoas com 65 anos ou mais saltou 57,4% em comparação a 2010, ultrapassando 22 milhões de brasileiros. Com esse novo cenário, cresce também a necessidade de profissionais capacitados para garantir qualidade de vida, segurança e autonomia aos idosos. É nesse contexto que a profissão de cuidador de idosos vem ganhando espaço, não apenas como uma ocupação, mas como uma escolha que exige formação, ética e, sobretudo, sensibilidade.
Para o enfermeiro David Carvalho, 34, instrutor do Segmento de Saúde do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) Pará, essa mudança no perfil etário da população exige um novo olhar sobre o cuidado com os mais velhos. “A profissão de cuidador de idoso cresceu com essa mudança na faixa etária da população, não só brasileira, mas mundial. Ao longo do tempo, era algo empírico, e passou a ser uma profissão devido à exigência do mercado para esse tipo de cuidado”, explica.
Ele reforça que, embora o instinto de cuidar seja natural, a qualificação técnica é essencial para lidar com as demandas específicas dessa faixa etária. “A diferença de um cuidador de idoso formado é que ele é preparado para procedimentos técnicos que a gente não aprende sozinho. Sem falar na empatia do cuidado, nas questões regulamentadas, no que posso ou não fazer para não atravessar o limite de outras profissões”, detalha.
No Senac, o curso de Cuidador de Idoso tem duração de aproximadamente três meses e contempla disciplinas como ética, primeiros socorros e até marketing pessoal. As aulas são ofertadas nos turnos da tarde e noite, com carga horária adaptada ao horário escolhido. Para se inscrever, o candidato precisa ser maior de 18 anos, ter ensino médio completo e disponibilidade para frequentar as aulas.
“A pessoa precisa gostar da profissão. Muitos dos nossos alunos já cuidaram de parentes e vêm buscar o aprimoramento com os conteúdos teóricos e práticos, inclusive para entrar no mercado de trabalho. E a certificação do Senac tem muito valor nesse cenário”, completa David, que revela sobre a maioria dos estudantes: “são pessoas que já cuidam de familiares idosos e buscam a formação”.
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A Importância da Formação do Cuidador de Idosos
A formação também prepara os alunos para compreender as necessidades específicas dos idosos, incluindo o cuidado com doenças crônicas como hipertensão e diabetes, o acompanhamento do uso correto de medicamentos e, principalmente, o estímulo à autonomia. “O idoso não é um ser inválido. Ele precisa ser estimulado. O cuidador não é uma babá, ele auxilia nas atividades de vida diária, mas sempre incentivando que o idoso faça o que ainda consegue por conta própria”, continua.
Durante a formação, os alunos também têm acesso ao Centro de Simulação Realística, estrutura tecnológica do Senac que simula um ambiente hospitalar completo, com centro cirúrgico e um boneco de alta fidelidade que fala, chora e simula sinais vitais. “É um ambiente seguro para que, quando o aluno vá para a prática, já se sinta preparado”, destaca o instrutor.
A escolha por um cuidador capacitado também deve ser uma preocupação das famílias. Segundo o instrutor, ainda é comum que parentes designem pessoas próximas, sem formação, para cuidar de idosos. “É importante que a família incentive a profissionalização. Isso evita riscos e garante um cuidado mais completo e seguro”, afirma.
Serviço e Oportunidades
SERVIÇO
Para quem busca uma nova profissão – ou quer transformar o cuidado que já presta em uma carreira reconhecida –, é uma oportunidade de unir técnica a um mercado em plena expansão. O curso de Cuidador de Idoso do Senac está com turmas abertas periodicamente, com próxima turma prevista para agosto. As aulas contemplam 160 horas totais, sendo realizadas de segunda a sexta-feira. As informações sobre novas turmas (outros cursos e localidades) e inscrições estão disponíveis no site da instituição: www.pa.senac.br/curso/2454_1_0-cuidador-de-idoso/promocional/4-belem ou nas unidades presenciais.
