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Mostra Ecofalante chega a Belém

Mostra é considerada o mais importante evento de audiovisual da América Latina voltado às temáticas ambientais.

Filme "BR Acima de Tudo" é uma das produções disponíveis na mostra. FOTO: DIVULGAÇÃO
Filme "BR Acima de Tudo" é uma das produções disponíveis na mostra. FOTO: DIVULGAÇÃO

Reconhecida como o mais importante evento sul-americano para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema chega ao Pará com a exibição de mais de 65 filmes. As temáticas incluem os povos originários, mineração e a desigualdade social. Ao todo, estão representadas obras de 17 países, sendo que estão presentes obras de 12 estados brasileiros e do Distrito Federal. No total, são mais de 110 sessões cinematográficas, com exibições a partir desta quarta-feira, 23, até 10 de novembro, com entrada franca.

Compõem o circuito do festival o Cine Líbero Luxardo, Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, Museu Paraense Emílio Goeldi, Palacete Pinho/Sala Dira Paes, em Belém, e o Teatro Municipal de Ananindeua, em Ananindeua.

É a primeira vez que a Mostra Ecofalante é realizada em Belém, portanto evidenciando a importância da capital paraense no que tange às discussões climáticas. “A Mostra Ecofalante está se expandindo para o Brasil inteiro. A gente já vinha fazendo algumas experiências no Pará, com sessões no município de Breves, em parceria com o Instituto Federal. E este ano, graças ao patrocínio, a gente pode chegar pela primeira vez de uma maneira mais consistente em Belém e fazer um trabalho de articulação”, explica o diretor da Mostra Ecofalante, Chico Guariba.

Cooperação com universidades garante trabalho educacional

O diretor destaca a articulação com escolas, neste trabalho que é feito em paralelo com a programação da Mostra. “O trabalho educacional que a gente faz, acredito que é tão importante quanto a Mostra. A gente está em termos de cooperação técnica com a Universidade Federal do Pará (UFPA), com a Universidade do Sudoeste do Pará, com a Universidade Rural do Pará (Ufra), com o Instituto Federal (IFPA), e a Universidade do Estado do Pará (Uepa). Tudo isso está garantindo, não só a chegada, mas um processo de expansão e continuidade para os próximos anos”.

Reconhecidamente como importante abastecedora de matérias-primas, a região Norte está cada vez mais em evidência, afinal, há a realização da COP-30, que ocorrerá no ano que vem, em Belém. “Ela mostra mais ainda sua importância, principalmente quando a gente pensa em função das mudanças climáticas. A gente sabe muito da importância da região Norte como consumidora de CO², e ao mesmo tempo é uma região que por onde passam os fluxos de água, dos rios voadores, que abastecem todo o resto do país, ajudam a abastecer o país. Então, é importante a Ecofalante estar nesse território, que não é só um festival, ela é uma plataforma de informação e conhecimento para, através do audiovisual, debater os problemas contemporâneos. Ela é menos entretenimento e mais cultura, educação e cidadania. A nossa estratégia realmente está presente em todo o país”, reitera o diretor da Mostra Ecofalante.

Programação com temas variados para refletir

A programação varia muito de um ano para outro, de acordo com a produção do audiovisual. “Acho que tem alguns temas-chave que estão agregando os filmes. O principal tema acaba sendo, realmente, a questão da emergência climática e suas consequências. Então, a questão da necessidade de restaurar florestalmente o país é um dos temas fundamentais. Como consequência da emergência climática, nós temos filmes que discutem e debatem a questão do racismo ambiental e da injustiça climática. Porque, realmente, quem mais sofre são as pessoas em maior situação de vulnerabilidade. Outro tema importante é a importância dos povos originários e das populações tradicionais. Um terceiro tema que é muito importante é a questão da mineração ilegal e da contaminação por mercúrio”, descreve Chico Guariba.