CHEGANDO A HORA

FOTOS: Torcida paraense marca presença na Sapucaí para ver o desfile da Grande Rio

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Nesta terça-feira, 4, a partir das 00h50, a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio saúda o Tambor de Mina da Amazônia paraense, com o enredo “Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, de autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, em parceria com a pesquisadora convidada Rafa Bqueer.

As arquibancadas da Sapucaí, no Rio de Janeiro, estão praticamente tomadas por grupos de paraenses que irão prestigiar o desfile da escola. A Grande Rio será a terceira a desfilar, entre 0h40 e 1h desta quarta, 5.

O enredo propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, encantarias e terreiros de Tambor de Mina, tudo isso perfumado com ervas e conduzido pelo ritmo e pelas letras do carimbó, ao som do samba “A Mina é Cocoriô”.

A escola vai contar na avenida do samba a história de três princesas turcas que se encantaram no meio do oceano ao atravessarem o Espelho do Encante, chegando às praias do Grão-Pará, onde se tornam protagonistas do Tambor de Mina paraense.

“O Brasil vive um processo histórico de invasão europeia, de imposição religiosa, de demonização das religiões de matrizes africanas e indígenas. Então, é muito importante trazer o Tambor de Mina, trazer a encantaria cabocla, trazer a narrativa das princesas turcas, que são conhecidas na Mina, que são conhecidas pelos carimbós da cultura popular, porque é uma forma de quebrar preconceitos e uma forma de mostrar que o Pará é um lugar, é um território da diversidade, um território da resistência afro e indígena”, disse Rafa Bqueer, pesquisadora e artista visual paraense que trabalhou junto aos carnavalescos da Grande Rio para compor a estrutura narrativa do desfile.

E para a artista visual, no ano de COP30, essa narrativa tem que ser sobre a valorização cultural dos povos da floresta, das ancestralidades afro-indígenas, das ancestralidades quilombolas e dos terreiros.

“Estamos falando dos seres da mata, estamos falando de mapinguari, curupira, a gente está falando de rios, de pororoca, a gente está falando de natureza e o quanto ela impacta a fé e o nosso imaginário popular amazônico”, acrescentou a pesquisadora.

Entre as referências usadas para o enredo, esteve o Terreiro de Tambor de Mina Dois Irmãos, no bairro do Guamá, considerado o mais antigo templo afro-religioso do Pará, criado em 1890, e tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural do Estado do Pará. Mãe Eloísa de Badé, Yalorixá do terreiro, e outras lideranças afro-religiosas paraenses vão estar na avenida junto com a Grande Rio. Na corrida para deixar tudo organizado no terreiro antes de seguir para o Rio de Janeiro, Mãe Eloísa não comentou a participação no desfile. Mas em setembro de 2024, quando a casa recebeu a visita de uma comitiva da escola para entender mais sobre a religião e as histórias que seriam contadas na avenida – da qual participou a atriz e madrinha de bateria Paolla Oliveira -, a líder religiosa deixou clara a importância do enredo da Grande Rio para os povos de terreiro.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.