O portal UOL divulgou nesta sexta-feira, 22, que teve acesso ao Boletim de Ocorrência registrado em decorrência da morte a ex-jogadora de vôlei, Walewska Oliveira, que morreu na última quinta-feira.
Segundo o portal, o documento revela que de acordo com a gestora do prédio em que ela morava, Walewska caiu do 17º andar do edifício localizado no bairro Jardins, em São Paulo. Ela foi resgatada e a equipe médica tentou reanimá-la, mas acabou morrendo no local. Ela tinha 43 anos. A polícia agora investiga as circunstâncias e trabalha com a hipótese de suicídio.
- O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.
- Mas o suicídio pode ser prevenido! Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo. Por isso, fique atento(a) se a pessoa demonstra comportamento suicida e procure ajudá-la.
Onde buscar ajuda:
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);
- UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;
- Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita).
CARREIRA VITORIOSA
Aposentada desde 2022, a campeã olímpica estava na capital paulista para divulgar seu livro, “Outras Redes”.
A ex-central foi campeã olímpica nos Jogos de Pequim, em 2008, quando a seleção brasileira conquistou o primeiro ouro para o vôlei feminino. Ela também ganhou a medalha de bronze em Sidney-2000.
A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) lamentou a morte e lembrou das conquistas da ex-jogadora: além de campeã olímpica, Walewska conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa dos Campeões de 2013.
“Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, disse o presidente Radamés Lattari.
Ela jogou em vários clubes, como Minas, Osasco e Praia Clube. Neste último, foi campeã da Superliga em 2017/2018, campeã do Sul-Americano em 2021 e encerrou a carreira esportiva na temporada 2021/2022.
O Dentil/Praia Clube eternizou a camisa número de 1 de Wal, como a atleta era chamada. Depois da aposentadoria dela, ninguém mais usa a numeração.
Na biografia “Outras Redes”, a ex-jogadora contou que viajou pelo mundo e enfrentou barreiras como jogadora de vôlei. “Mudei a vida da minha família e plantei a semente da confiança no trabalho árduo dentro do coração do meu país”, escreveu.
Após deixar o vôlei, Walewska era consultora nos temas liderança e alta performance.
“Sabe aquela pessoa que cada vez que encontra você gosta mais? Essa era a Wal. Comprometida, vibrante, extremamente correta e cheia de planos futuros”, descreveu a terapeuta Margareth Signorelli, com quem a ex-jogadora apresentava o podcast Olympic Mind.
Bicampeã olímpica, Paula Pequeno jogou ao lado de Walewska e escreveu um longo texto de despedida para a amiga, dizendo que ela era obstinada e exemplo de disciplina, força e inteligência.
“Você sempre foi uma líder, um exemplo para a nossa geração e para todas as outras que vierem. Só quem esteve em 2008 sabe da sua importância para realizar aquele feito”, afirmou. “Aliás, as 12 são as mulheres mais admiráveis da minha vida e acabamos de perder uma das maiores”
“Walzinha, você sempre foi um exemplo para mim dentro e fora das quadras. A dor é grande demais”, lamentou a jogadora Sheila Castro, da seleção feminina.
Em sua última entrevista, no podcast “Ataque Defesa”, do jornalista Alê Oliveira, ex-jogadora falou sobre o futuro longe das quadras e a importância de planejar e aprender outras coisas.
“Eu tenho pelo menos mais 40 anos de vida produtiva. É um mundo inteiro que você tem que pensar quando está dentro da quadra”, disse. (Com Folhapress)