
Na noite de 24 de abril de 2003, o futebol brasileiro viveu um dos momentos mais improváveis e emocionantes de sua história. Em pleno estádio La Bombonera, o Paysandu Sport Club, com raça, organização e coragem, derrotava o poderoso Boca Juniors por 1 a 0, em partida válida pelas oitavas de final da Taça Libertadores da América. Nesta quinta-feira (24), a histórica vitória completou 22 anos — justo no dia em que o clube paraense celebrava o título da Copa Verde de 2025 com sua torcida.
O feito segue vivo na memória da Fiel bicolor e na história do futebol sul-americano. Naquele ano, o Boca acabaria campeão da Libertadores, mas uma das únicas derrotas da campanha aconteceu justamente diante do clube brasileiro, que entrou em campo como azarão e saiu como símbolo de superação.
Um jogo que virou lenda
Comandado por Ivo Wortmann, o Paysandu adotou uma estratégia inteligente: marcação forte e contra-ataques mortais. O goleiro Jéfferson, a zaga aguerrida e a disciplina tática foram essenciais para conter craques como Riquelme e Tevez, além da pressão da torcida xeneize.
Aos 35 minutos do segundo tempo, Iarley recebeu em velocidade e, com um chute certeiro, venceu Abbondanzieri. O gol — que emudeceu La Bombonera — virou parte da identidade do clube. Iarley, inclusive, foi contratado pelo próprio Boca após essa atuação.
Fé, garra e resistência
Mesmo com dois jogadores expulsos — Robgol e Vanderson — o Papão resistiu até o apito final. A vitória com nove em campo não apenas entrou para o museu do estádio argentino, mas também para o coração do torcedor paraense.
Legado eterno
Apesar da eliminação na fase seguinte, o Paysandu provou que o futebol é feito de surpresas, superação e paixão. O jogo é lembrado não apenas como uma vitória improvável, mas como um símbolo de resistência do futebol da região Norte, muitas vezes deixada à margem no cenário nacional.