A difícil campanha do Paysandu na Série B do Campeonato Brasileiro tem sido reflexo direto de um problema que não se limita apenas aos resultados dentro de campo. O termo da vez no ambiente bicolor é o de “elenco enxuto”, uma expressão que, mais do que nunca, resume bem as limitações de um grupo que, rodada após rodada, esbarra na falta de opções para funções fundamentais do jogo.
O desequilíbrio do elenco aparece de forma evidente em setores cruciais. Na defesa, o time jamais conseguiu oferecer segurança. Os números não deixam margem para interpretações otimistas: pela Série B são 13 gols sofridos em 10 partidas — uma média superior a um gol por jogo, que compromete qualquer possibilidade de estabilidade no campeonato.
Se na retaguarda os problemas são recorrentes, no ataque o cenário não é mais animador. Com apenas cinco gols marcados, ao lado do Volta Redonda, o Paysandu amarga o posto de pior ataque da competição. É um ciclo que se retroalimenta: um time que sofre muito para se defender e, na mesma medida, encontra enormes dificuldades para transformar oportunidades em gols.
Nem mesmo o atacante Rossi, nome que se destaca pela entrega e qualidade técnica, tem conseguido furar esse bloqueio. Sem um parceiro de características complementares no setor ofensivo, ele parece isolado em meio a um sistema que pouco o abastece e que carece de apoio consistente. Fica a impressão de que, por mais que tente, falta peso ao lado dele para que as jogadas se transformem em resultados.
Reflexos da falta de opções e desequilíbrio no elenco
Com a recente saída do técnico Luizinho Lopes, parte da torcida entende que a troca no comando precisa vir acompanhada de uma ação ainda mais urgente: a chegada de uma carrada de reforços. A percepção é de que, sem uma reformulação pontual, com a chegada de atletas que de fato elevem o nível competitivo do grupo, qualquer tentativa de recuperação ficará comprometida.
O calendário pesado, os deslocamentos longos e a exigência técnica do campeonato rapidamente expõem quem não consegue apresentar soluções no banco ou ajustar peças dentro de campo. E, neste cenário, o Paysandu tem sentido na pele os efeitos de um planejamento que, até aqui, não conseguiu suprir as demandas da competição.