SITUAÇÃO FINANCEIRA

Transfer ban? Salário em dia é prioridade no Papão

Presidente do Papão corre atrás de recursos para quitar dívida e ser liberado pela Fifa, mas, primeiro, precisa manter a folha em dia.

Roger Aguilera reconhece a situação financeira complicada do clube, mas busca soluções - Foto: Jorge Luis Totti/PSC
Roger Aguilera reconhece a situação financeira complicada do clube, mas busca soluções - Foto: Jorge Luis Totti/PSC

Faltando 25 dias para o fechamento da “janela” de transferência de jogadores no Brasileiro, Séries A e B, a torcida do Paysandu e, provavelmente, também, o técnico Claudinei Oliveira aguardam pela chegada de novos jogadores para robustecer o elenco do clube. Mas, conforme o presidente Roger Aguilera, em entrevista a uma emissora de rádio local, as contratações não estão entre as prioridades do clube, no momento. Para contratar e, consequentemente, regularizar novos atletas na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Papão precisa, primeiro, quitar a dívida que tem com o Torreense, de Portugal, e que resultou na aplicação do transfer ban pela Fifa ao Papão.

O expediente adotado pela entidade internacional impede o clube paraense de fechar negociação no futebol mundial. Aliás, essa situação só é apresentada, no momento, pelo clube paraense no cenário nacional. Aguilera revelou que a sua gestão vem privilegiando outras situações de ordem financeira dentro do clube, com a questão do transfer ban ficando em segundo plano. “A prioridade é sempre pagar todos os deveres que tem um clube de futebol, mas hoje minha obrigação maior é pagar a folha (de pagamento). Eu estou correndo atrás, a nossa folha está no limite financeiro”, afirmou o dirigente. Inclusive, o presidente revelou que a sua gestão já pagou muitas dívidas da administração anterior.

“Nós já pagamos mais de 10 milhões de dívidas do ano passado para cá, isso compromete 100% da nossa programação financeira”, contou. “Não é fácil a situação que eu estou enfrentando como presidente. A prioridade é pagar a folha, eu tenho até sexta-feira (hoje) para estar em dia, aí passando isso eu vou correr atrás para pagar o transfer ban”, explicou Aguilera. Ele informa que a folha do mês passado já começou a ser paga, devendo ser concluída hoje. A folha do elenco, conforme revelou, ontem, o dirigente é alta. “São dois milhões e pouco”, declarou. “Esse mês a coisa está muito apertada. Não é fácil, não”, reconheceu.

Dívida do Paysandu

Finalmente, Aguilera esclareceu o montante da dívida do Paysandu com o Torreense, algo próximo de R$ 1 milhão. “Eu quero pagar, eu vou pagar, mas agora não está simples essa situação”, disse. “Nós precisamos de 800 mil reais para quitar a dívida (com o Torreense). Eu preciso de 800 mil para pagar o transfer ban, mas tenho que arrumar dois milhões e meio que é a folha mais ou menos”, explicou o presidente, esperando contar com recursos vindos da CBF, no futuro, para colocar um fim ao transfer ban. “Nós, clubes da Série B, fizemos uma reunião na CBF pleiteando uma contrapartida nos valores que caíram de um ano para o outro. Se cair esse recurso eu consigo pagar o transfer ban”, projetou Aguilera.