Além do trabalho dentro de campo, muito se comenta do trabalho mental e psicológico que vem sendo desenvolvido com o elenco do Clube do Remo. Rodrigo Santana promoveu uma forma diferente de trabalhar, reconstruindo relações interpessoais no Baenão, tentando colocar todos no mesmo caminho, melhorando o ambiente, criando uma identidade tática ao time. Ele mesmo afirma isso, que não adiantaria nada melhorar a moral de todos se não acontecessem os resultados de campo.
“Eu vejo assim, ensinar a jogar futebol a gente não ensina ninguém. Todos aqui foram contratados pela sua competência, pela sua técnica, todo mundo tem sua responsabilidade na parte física. A gente trabalhou muito nessa parte de uma organização tática para eles se sentirem mais seguros dentro de campo”, disse. “Não é apenas uma motivação, mas uma conscientização da responsabilidade que a gente tem de defender a camisa do Remo, o peso que a torcida tem. Eles (os jogadores) precisavam assumir esse papel, da mesma forma que eu também precisei assumir o meu papel. E todo dia, praticamente quase todos os dias, a gente bate nessa tecla”, completou Santana.
O treinador azulino garante que dentro do Evandro Almeida nunca se falou em rebaixamento, e sim apenas em classificação. Ele defende o material humano que tem em mãos, tanto que o time reagiu com poucos reforços desde sua chegada. “Sempre bati nessa tecla, que se eles estão aqui é porque foram escolhidos pela qualidade deles e a gente precisava encontrar uma forma de potencializar isso”.
Mas, ele não ignora que um melhor ambiente tem seus reflexos em campo. “Houve uma evolução que trouxe essa confiança de lutar até o final. Hoje a gente chega muito feliz de estar na última rodada com essa possibilidade de estar dependendo só da gente. E é muito mais difícil você conduzir um clube como o Remo, do que um time que não tenha esse tipo de pressão. E dá pra perceber essa leveza, essa alegria que os jogadores estão tendo no dia a dia, essa consciência de que o time vem crescendo no momento certo”.