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Técnico do Remo: ‘É trocar pneu com o bonde andando’

Catalá tem média de aproveitamento de 66% no Leão Azul. FOTO: SAMARA MIRANDA / REMO
Catalá tem média de aproveitamento de 66% no Leão Azul. FOTO: SAMARA MIRANDA / REMO

Matheus Miranda

Na teoria, o Clube do Remo terá pela frente na disputa da 12ª rodada da fase classificatória da Série C, o seu compromisso mais adverso no gramado, diante do Operário-PR, adversário que tem brigado pela ponta da competição. A partida, desse modo, no retorno ao Baenão na próxima segunda-feira (10) à noite, deve testar de todos os jeitos a qualidade do elenco azulino que vai a campo, com ausências importantes para o embate. Se não bastasse o contexto listado, o jogo, a depender do resultado final e da combinação da rodada, pode ser mortal para os azulinos: em caso de uma derrota, o time pode bater no Z4, enquanto que um triunfo pode levá-lo para o G8, algo inédito até então nesta edição de terceira divisão, em um momento de definições.

O treinador Ricardo Catalá é o responsável pela reação do grupo no certame, ao tirar o Mais Querido da lanterna e manter a chama acesa da zona de classificação após engatar sete partidas invictas, com toda a pontuação conquistada na tabela (13) sendo fruto do seu comando. O próprio técnico entende que o empenho e o capricho serão os principais responsáveis para sair com a pontuação máxima contra o Fantasma, que não vem para brincadeira ao Evandro Almeida.

Com sete jogos invictos no comando técnico azul-marinho, contudo, o comandante já sente sinais de cobranças intensas pela ausência do triunfo nos dois jogos passados, ambos com vacilos juvenis no gramado, que custaram os três pontos na sacola.

Com a semana inteira trabalhada para encontrar a melhor estratégia para colocar o time em ponto de bala para desencantar de vez como mandante, o final de semana será de definições para encontrar o melhor encaixe. Sobre o momento e expectativa para a reta final desta primeira fase da competição nacional, o treinador dá sua opinião. Confira a seguir!

APROVEITAMENTO

“É uma média de aproveitamento de 66%. Um aproveitamento da última equipe campeã, agora existe um recorte antes da minha chegada que eu não vou conseguir mudar. É seguir pontuando, óbvio que é melhor de 3 em 3, e trabalhamos pra isso. Nos jogos que não conseguimos os três pontos construímos o jogo para sair com os 3 pontos. Contra o Brusque e o Figueirense estávamos com os jogos na mão, tomamos dois gols bobos, de desatenção. Contra o América nós finalizamos mais de 20 vezes em casa e o goleiro dele foi o melhor em campo. Contra o Floresta até gol inexplicável foi perdido. Penso que poderíamos ter muito mais que 13 pontos e essa conversa já tive com os jogadores, que chegamos em um momento crucial da competição, que errar coisas bobas ou tomar gol por desatenção pode custar o objetivo maior”.

JOGO DURO

“Acho que além de ser uma equipe que tá na ponta do G8 (Operário), é uma equipe que está com o treinador desde novembro do ano passado, que iniciou a sua pré-temporada em dezembro. Conheço ele e tem ideias parecidas com as minhas. Vai ser o jogo talvez mais difícil que vamos enfrentar até agora. Uma equipe que não vai negociar. A gente sabe que vai ser difícil”.

ESTRATÉGIA

“Estamos organizando a melhor equipe da melhor forma pra competir, talvez, com uma característica diferente. Mas entendo que temos chances de competir bem e sair com a vitória”.

DESFALQUES

“Todo jogador é importante e com o Pedro não é diferente, toda a ausência é importante ainda mais em um elenco não tão extenso, sobretudo nessa posição que temos poucos jogadores de beirada. Mas futebol não é lugar pra procurar desculpa, mas sim solução. Estamos procurando solução pra fazer um bom jogo”.

PROJEÇÃO

“Hoje somos uma equipe consistente, uma defesa sólida. Foram dois gols sofridos em sete jogos, acho que a equipe, nas oportunidades que cria, pode ser mais eficiente. Acho que podemos melhorar o volume de chegada. As equipes começam a se preparar, aí você acaba tendo que ter muito mais paciência para encontrar os espaços. Não é fácil, porque não tive tempo de construir uma pré-temporada, vou construindo a conta-gotas, um pouquinho a cada semana. Eu sempre digo que o bom é diferente do ótimo. É bom o trabalho, mas ele não é ótimo e tem vários fatores que impedem para ser ótimo. E esse é um deles, não ter conseguido ter tempo. Como diz no futebol, é trocar o pneu com o bonde andando”.