Novak Djokovic entrou na Quadra Central de Wimbledon nesta sexta-feira (11) com a esperança de repetir a história dos dois últimos anos e reencontrar Carlos Alcaraz na final. Não foi o que aconteceu. A história que se repetirá será a de um mês atrás, em Roland Garros. Lá, Jannik Sinner superou o sérvio nas semifinais e encontrou o espanhol na decisão. Nesta sexta-feira, o número 1 do mundo voltou a bater o veterano, desta vez por 6/3, 6/3 e 6/4, com uma atuação dominante, e alcançou a final de Wimbledon pela primeira vez em sua carreira.
O resultado faz de Sinner o 11º tenista da Era Aberta (a partir de 1968) a alcançar as finais dos quatro torneios do grand slam. O italiano de 23 anos ganhou o Australian Open duas vezes (2024-25), é o atual campeão do US Open e perdeu a final de Roland Garros para Alcaraz no mês passado em um dos maiores jogos da história do esporte.
Na final de domingo, Sinner e Alcaraz serão apenas o quinto par de tenistas a disputarem as finais de Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano -após Lacoste x Borotra em 1925, Perry x Von Cramm em 1935-36, Drobny x Sedgman em 1952 e Federer x Nadal em 2006-08.
FREGUESIA AMPLIADA
No histórico de confrontos diretos, Sinner agora soma seis vitórias em dez encontros com Djokovic. O italiano, contudo, leva ampla vantagem nos duelos recentes e venceu os últimos cinco duelos, inclusive nas semifinais do Australian Open de 2024 e de Roland Garros deste ano.
MARCAS ENTRE ITALIANOS
Com a vitória desta sexta, Sinner agora é o tenista de seu país – homem ou mulher – com mais finais de slam no currículo: 5. Atrás dele estão Nicola Pietrangeli (4), Jasmine Paolini (2), Francesca Schiavone (2) e outros seis tenistas que alcançar uma decisão cada.
Sinner é também o terceiro italiano a alcançar a final de simples em Wimbledon. Matteo Berrettini foi vice-campeão em 2021, quando foi superado por Djokovic, e Jasmine Paolini foi vice no ano passado, quando Barbora Krejcikova levantou a taça.
Como Aconteceu
Sinner começou melhor, ganhando quatro ralis – inclusive com um belíssimo lob após alcançar uma curtinha – e quebrando o saque de Djokovic logo no terceiro game da partida. O veterano tentava variações, mas não obtinha tanto sucesso assim. No nono game, perdeu um ponto indo à rede e outro quando Sinner chegou em duas curtinhas. Assim, cedeu dois break points, que também eram set points. Nole se salvou, errou uma direita mais tarde e acabou quebrado, o que decidiu o set a favor de Sinner: 6/3.
A segunda parcial começou, e o italiano continuava soberano nos ralis. Quando Djokovic não conseguia boas vantagens com seu saque, via-se com problemas. E assim, já no segundo game, Sinner anotou mais uma quebra, abrindo 2/0. Depois disso, Nole não teve mais chances. Com o italiano sacando bem e encaixando mais de 80% de seus primeiros serviços na parcial, nem a excelente devolução do heptacampeão de Wimbledon conseguia fazer diferença. Cedendo apenas quatro pontos com seu serviço em todo o set, Sinner manteve a vantagem até fazer outro 6/3.
Após o segundo set, Djokovic pediu atendimento médico e recebeu tratamento na perna esquerda. Quando o jogo foi reiniciado, Sinner fez seu primeiro game ruim de saque e, com dos erros seguidos de direita, cedeu uma quebra ao veterano. Nole, porém, abriu as portas para uma reação do número 1. No quinto game, errou uma direita e um smash e, dois pontos depois, cedeu a quebra quando tentou uma curtinha e falhou. Sinner igualou o placar em 3/3 e voltou a dominar o jogo.
Djokovic já se mostrava incapaz de acompanhar fisicamente o rival nas trocas de bola e tentava definir os pontos mais rapidamente, fosse indo à rede ou tentando curtinhas. E foi assim, forçando situações, que Nole foi quebrado após seguidas idas à rede no sétimo game. Depois disso, o veterano não mostrou mais poder de reação. Ainda salvou um par de match points com seu saque no nono game, mas viu Sinner fechar a partida pouco depois.
ALEXANDRE COSSENZA