LUIZA SÁ
BRISBANE, AUSTRÁLIA (UOL/FOLHAPRESS) – O estádio em Adelaide foi tomado por emoção quando Marta entrou em campo na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo. Depois de ser até dúvida, a camisa 10 entrou apenas no segundo tempo, o que pode ser comum ao longo do Mundial.
Mesmo sem ter a titularidade confirmada neste sábado (29), às 7h, contra a França (a técnica Pia Sundhage fechou treinos durante a semana e não deu pistas da escalação), a Rainha vive a competição como referência para a modalidade.
Agora 100% fisicamente e treinando a semana inteira com o grupo, Marta não sabe se terá a chance como titular em alguma partida da seleção. O assunto, inclusive, foi tratado como incerteza pela técnica Pia Sundhage antes da Copa.
Aos 37 anos, Marta está disputando a sexta Copa do Mundo da carreira.
Depois de se recuperar de uma grave lesão e ficar 11 meses longe dos gramados, a atacante retornou a campo em fevereiro, em amistosos da seleção brasileira.
Marta, porém, teve um trabalho maior de preservação ao longo da preparação. Em Gold Coast, por exemplo, fez vários trabalhos separada do restante do grupo.
Pia já havia dito em outras oportunidades que uma titularidade dependeria de muitos fatores e, apesar de não descartar, também não garantia. “Se ela vai estar como titular, não sei. Mas o papel que eu der para ela, tenho certeza de que ela vai fazer bem”, afirmou Pia na convocação.
“Marta é rainha, é ícone, só de estar por perto dela, é contagioso. Ela é generosa, tem muita energia. Eu já disse algumas vezes, que na parte final do campo, ela é uma das melhores. Estar perto dela, ter a chance de estar perto dela, é muito importante.”
A última partida de Marta como titular do Brasil foi em fevereiro do ano passado, no empate no amistoso com a Finlândia por 0 a 0.
Mesmo assim, a provável última Copa da seis vezes melhor do mundo é vista não só dentro da seleção, mas também pelas adversárias.
Sakina Karchaoui, da França, enalteceu a camisa 10 e toda história.
“Quando eu tinha uns 4 anos talvez fosse a única jogadora de futebol que eu conhecia. Já faz uns cinco anos que disputei o primeiro jogo contra ela. É sempre um exemplo. Dou a ela todo meu respeito pela carreira que fez e por ainda jogar. Acho que ainda tem alguns anos pela frente. Desejo o melhor em qualquer situação, exceto amanhã. É um grande respeito que tenho por ela, acho que marcou a história do futebol”, disse.
No Brasil, Marta também assumiu esse papel com as jogadoras, especialmente as mais jovens.
Nas brincadeiras, é comum ver a camisa 10 liderando o grupo e participando ativamente. Um clima mais leve.
Marta entende depois de seis Copas que o futebol feminino está indo para frente e não precisa mais cobrar com tanto vigor as melhorias que deram tom à entrevista na eliminação para a França em 2019.
Por isso, o papel de coadjuvante dentro de campo nesta seleção tem sido bem aceito. Para dar espaço à nova geração.