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Roberto Carlos da Curuzu: inspirado por pentacampeão, jovem do Paysandu sonha com carreira de sucesso

Tylon Maués

Por vias tortas, alguns jogadores da base do Paysandu vêm sendo aproveitados no time de cima. Nenhum apenas por merecimento, sempre por causa de lesões ou suspensões. Mas, o fato é que eles estão lá e quem treina entre os profissionais sempre “corre o risco” de um dia estar em campo. No jogo de ontem, por exemplo, sem Genilson e Bocanegra, expulsos na sexta rodada passada e por isso suspensos, e Naylhor, lesionado, a dupla de zaga do Papão foi composta por Wanderson e Iarley, que com 17 anos nem era nascido para ter visto o jogador que motivou seu nome.

Além deles, o elenco conta com o goleiro Cláudio Vítor, de 19 anos; o zagueiro Lucas Marreiros (19), o lateral-esquerdo Juan Pitbull (19); os volantes Yure (24) e Éric (21); e o atacante Roger (20). Isso sem falar de Eric Vieira, de 22 anos, contratado recentemente e que foi da base do clube. Destes, Pitbull é quem mais jogou. Parte pela qualidade apresentada, parte pela lesão de Eltinho e pelas atuações abaixo do esperado de Juan Tavares.

O fato de ter estado em campo como titular em alguns jogos fez com que na primeira parcial da votação popular do Troféu Camisa 13 ele aparecesse como em primeiro lugar como revelação do campeonato. Juan Pablo Moreira Serra, natural de Belém, vestiu só duas outras camisas além da bicolor em sua curta carreira. Ele iniciou na base da Desportiva Paraense e, ano passado, defendeu o Santa Rosa na Segundinha do Paraense, mas é agora que ele está tendo o grande momento da carreira.

A chegada de Eric Vieira acirrou a disputa, com o novato ganhando a posição. Mas ambos sabem que Márcio Fernandes confia demais em Eltinho, e que se o veterano conseguir vencer as condições físicas e médicas, passa a ser o principal candidato a ocupar a posição, até pela qualidade técnica que já demonstrou em outras ocasiões – não ainda no Paysandu.

Mas, para Pitbull, o apelido ganho na base significa a intensidade nas jogadas e, por isso, ele nunca desiste. A garantia é de tentar ocupar essa lacuna que ainda não tem dono. Antes de ser jogador, ele era torcedor de arquibancada, de ir com a família a Curuzu assistir os jogos. Esse amor pelo azul e branco é reconhecido pela torcida, que tem sido um fator de motivação para o atleta, que deu uma entrevista exclusiva ao Bola. Confira.

Como tem sido a relação com a Fiel desde sua estreia no time profissional? Como é a abordagem do torcedor?

Está sendo muito boa. Por ser meu time do coração e sempre ter participado junto com a torcida na arquibancada, todos me apoiam bastante.

Dentro do elenco, quem são os jogadores que procuram conversar, dar dicas e conselhos a você e aos mais jovens? O que eles costumam falar?

Os jogadores experientes, como Ricardinho e Jiménez, eles procuram sempre dar conselhos para a gente que está começando no elenco profissional, eles falam bastante para manter o foco no dia a dia.

Ao mesmo tempo em que a torcida quer ver a base em ação, ela também tem pouca paciência com o jogador local. Você nota essa pressão a mais?

Com certeza, a torcida quer ver resultado e quando não vem a torcida tem todo direito de cobrar, mas estou trabalhando todo dia pra dar o meu melhor e dar alegria pra essa torcida.

Tem algum jogador do Paysandu ou de outro time, do Brasil ou do exterior, que você se inspira? Alguém da mesma posição que você gosta de ver.

Sim, eu me inspiro bastante no Roberto Carlos como jogador, que também foi da mesma posição que eu; muita gente chega a me comparar com ele por chutar bastante e ter um chute forte.

Você está desde criança na Curuzu. Sua família é toda bicolor? Como eles reagiram quando você foi relacionado pela primeira vez e quando foi titular?

Sim, toda a minha família é Paysandu. Foi uma alegria imensa para eles me ver sendo relacionado como titular, e foi um sonho realizado de me ver jogando como profissional.

Como é a relação com o técnico Márcio Fernandes, um profissional que começou a carreira trabalhando nas categorias de base?

Minha relação com o Márcio Fernandes é uma relação boa, ele sempre procura me orientar e me dar bastante conselhos dentro e fora de campo, para me tornar um excelente profissional.