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Remo volta a campo hoje, contra o Águia, após o vexame na Copa do Brasil e sob pressão da torcida

Tylon Maués

A menos que o acesso para a Série B seja conquistado no fim da temporada, o ano de 2024 do Clube do Remo será lembrado pela derrota para o Porto Velho-RO que valeu a desclassificação da Copa do Brasil. O elenco da Locomotiva do Norte tem uma folha salarial dez vezes menor que a do Leão e comemorou o feito como um título, ao passo que para o time paraense deveria ter sido uma vitória protocolar. Depois do vexame e da boataria sobre a troca de comando na equipe, Ricardo Catalá foi mantido no cargo, mas tem que dar uma resposta rápida. Campeonato Paraense e Copa Verde passaram a entrar no rol das obrigações e hoje o Remo volta a campo pelo Parazão.

O confronto deste domingo é contra o Águia, às 17h, no Baenão – que deve ter um dos menores públicos do ano, a julgar pela reação dos torcedores nas redes sociais. É um reencontro agridoce para os azulinos, que perderam a decisão do estadual do ano passado justamente para o representante marabaense. Para apimentar mais o jogo, o Azulão vem de uma surpreendente e convincente classificação na Copa do Brasil. O Águia venceu o Coritiba-PR por 3 a 2 no Zinho Oliveira e chega com a motivação no talo em busca da vaga antecipada para a segunda fase da competição estadual.

A equipe azulina deve mais uma vez ser bem diferente da que atuou pela última vez. Catalá não tem conseguido repetir a mesma formação de um jogo para o outro. A defesa, de novo, é o maior alvo das reclamações e não é por menos. Os remistas têm falhado seguidamente nas jogadas aéreas, que passaram a ser mais exploradas pelos adversários. Mas o meio de campo e o ataque também têm sido muito questionados. Com exceção de Camilo, o meio vem passando por uma espécie de rodízio nas demais posições. No ataque não vem sendo diferente. Ytalo jogou no sacrifício em Porto Velho (RO) e pode mais uma vez ficar como opção. Echaporã tende a voltar ao time.

Uma possível tranquilidade momentânea a atletas e comissão técnica depende do que acontecer no gramado do Baenão logo mais. E não vai adiantar apenas vencer, e sim mostrar serviço. Mais do que um futebol vistoso, é preciso comprometimento, domínio e imposição, dando um adeus à imagem ruim que quase todos os torcedores ainda tem colada na retina por causa da Copa do Brasil.

VENCER E CONVENCER – Um dos poucos que tem sido poupado de maiores críticas por parte da torcida, o meia-atacante Marco Antônio também foi um dos poucos a falar desde a derrota em Porto Velho (RO). E ele vem batendo na mesma tecla desde então, com a necessidade de dar uma resposta para a torcida. “Na minha opinião, temos que mudar a nossa postura dentro de campo, sermos mais agressivos, ter mais vontade de ganhar os jogos. Acho que é isso que a torcida fica mais incomodada. A gente tem que vencer e convencer para mostrar para nossa torcida o que a gente veio fazer aqui nesse clube”, disse. “A gente tem três competições agora, a Copa Verde, o Parazão e o Campeonato Brasileiro. Acho que a gente tem que ser campeão de algum desses, porque a gente tem que dar uma resposta para nossa torcida”, completou Marco Antônio.

O jogador sabe que mesmo uma vitória pode não ser suficiente para pôr fim à desconfiança da torcida, mas que a situação obriga a ele e seus companheiros a vencerem a qualquer custo. Marco Antônio prega, inclusive, uma maior força mental para encarar o desafio. “Acredito que vai ser um jogo muito difícil contra a equipe do Águia. Qualquer resultado que a gente tiver vamos ser cobrados. Temos que trabalhar nosso psicológico”.

FICHA DO JOGO

  • Remo: Marcelo Rangel; Thalys, Reniê, Ligger e Raimar; Renato Alves, Henrique e Camilo; Marco Antônio, Echaporã e Ribamar (Ytalo). Técnico: Ricardo Catalá.
  • Águia: Axel Lopes; Bruno Limão, David Cruz, Betão e Alan Maia; Fabiano, Júnior Dindê, Kaique e Hitalo; Wander (Iury Tanque) e Braga. Técnico: Mathaus Sodré.
  • Local: Baenão. Horário: 17h. Árbitro: Marco José Almeida. Assistentes: Jhonathan Leone Lopes e Carlos Eduardo Benevides. Transmissão: TV Cultura, Rádio Clube do Pará e Dol (lance a lance).