
O torcedor azulino mais saudosista lembra com orgulho: 1994 foi o ano em que o Clube do Remo viveu seu último grande momento na elite do futebol brasileiro. Depois de uma campanha empolgante, o Leão garantiu presença entre os maiores clubes do país, levando emoção e orgulho à torcida paraense.
Três décadas depois, o time volta a despertar o sonho do acesso, reacendendo a chama de um passado que ficou guardado na memória coletiva da torcida remista.
Mas o que mais acontecia no Brasil quando o Remo pisava nos gramados da Série A?
Mudança na moeda
Um ano de mudanças no Brasil. O país vivia uma virada histórica. O Plano Real, lançado em julho de 1994, estabilizava a economia após anos de hiperinflação. Itamar Franco era o presidente, e Fernando Henrique Cardoso acabava de ser eleito para sucedê-lo. A nova moeda brasileira tinha o objetivo de acabar com a hiperinflação vivida nos anos que antecederam a medida.
Tetra! É tetra!
No esporte, o Brasil inteiro ainda vibrava com a conquista do tetracampeonato mundial, nos Estados Unidos. O meme criado por Galvão Bueno nasceu no dia 17 de julho de 1994. Quando Roberto Baggio bateu o pênalti para fora e fez o Brasil vencer a Copa do Mundo pela quarta vez na história. A seleção de Romário, Bebeto, Dunga e Taffarel emocionou o país ao vencer a Itália nos pênaltis e trazer de volta a taça depois de 24 anos.

O adeus a Ayrton Senna
Mesmo com a alegria do tetracampeonato, 1994 também ficou marcado por uma das maiores tragédias do esporte brasileiro. Em 1º de maio, o país perdeu seu maior ídolo das pistas: Ayrton Senna. O piloto sofreu um acidente fatal após perder o controle do carro na curva Tamburello, durante o GP de San Marino, em Ímola, na Itália. A notícia abalou o mundo e mergulhou o Brasil em luto. Em São Paulo, mais de 1 milhão de pessoas acompanharam o velório, o cortejo e o sepultamento do tricampeão mundial.
Silêncio na Bossa: sem Tom Jobim
Outra despedida que comoveu o Brasil em 1994 foi a de Antônio Carlos Jobim, o eterno Tom Jobim. Nascido no Rio de Janeiro, em 1927, o compositor, pianista, maestro e cantor foi um dos pilares da música popular brasileira e um dos criadores da Bossa Nova, movimento que levou o som do país para o mundo. Jobim morreu em 8 de dezembro, aos 67 anos, em Nova York, vítima de uma parada cardíaca. Sua morte encerrou uma era, mas suas melodias como “Garota de Ipanema” e “Águas de Março” continuam eternas na memória musical do Brasil.
Zezé Di Camargo e Luciano: no topo das paradas
A trilha sonora de 1994 também marcou época. No Brasil, a música mais tocada nas rádios foi “Eu Só Penso em Você”, sucesso de Zezé Di Camargo e Luciano em parceria com o lendário Willie Nelson.
Cultura, tecnologia e o mundo lá fora
A televisão dominava o entretenimento nacional. A novela “A Viagem” estreava na Globo. No cinema, o público se encantava com “O Rei Leão” e “Forrest Gump: O Contador de Histórias”, que se tornaram clássicos mundiais.
Nelson Mandela: símbolo de liberdade
O ano de 1994 também ficou registrado na história política mundial. Em 28 de abril, Nelson Mandela venceu as eleições presidenciais e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, encerrando oficialmente o regime do apartheid. A vitória de Mandela simbolizou o triunfo da democracia e da igualdade racial, inspirando gerações e transformando o país em um novo marco de esperança para o continente africano.
E o Oscar vai para…
No cinema, “A Lista de Schindler”, dirigida por Steven Spielberg, emocionou o mundo e conquistou a estatueta de Melhor Filme no Oscar de 1994. A produção conta a história real de Oskar Schindler, um empresário alemão que arriscou tudo o que tinha para salvar judeus durante o Holocausto. O filme se tornou um dos maiores clássicos do cinema moderno.

Editado por Clayton Matos