Os principais times de futebol do Pará – Remo e Paysandu – aderiram à nova campanha do governo federal na luta contra o feminicídio. O Ministério das Mulheres firmou nesta sexta, 23, parceria com times de futebol e outras instituições em uma campanha contra o assassinato de mulheres.
No documento, os times se comprometeram em participar de ações integradas no ambiente de trabalho e fora dele para a iniciativa contínua voltada para os torcedores. A campanha “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, lançada no mês de aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha, prevê a participação dos atletas na conscientização para o fim da violência contra a mulher.
A campanha alerta para a necessidade de se falar sobre prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres, apontando que a cada 6 horas uma mulher é vítima de feminicídio, 63% delas negras. Outros dados indicam que 3 em cada 10 brasileiras já foram vítimas de violência doméstica; a cada seis minutos uma menina ou mulher sofre violência sexual e, a cada 24 horas, 113 casos de importunação sexual são denunciados.
Dirigentes do Remo e do Paysandu se juntaram aos principais times brasileiros ao assinar acordo com o Ministério da Mulher em carta-compromisso, que inclui ações envolvendo diversos setores do país no compromisso de pôr fim à violência contra as mulheres, em especial aos feminicídios, a partir de diversas frentes de atuação, como comunicação ampla e popular, implementação de políticas públicas, engajamento de atores diversos, divulgação nos estádios durante os jogos, entre outras.
No último domingo, 18, os jogadores do Botafogo posaram no gramado do Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, com a faixa Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada. O ato deve se repetir entre as principais partidas do campeonato brasileiro.
Ao longo de toda a partida, o telão de LED do estádio exibiu o selo da campanha e o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), canal de informações do Governo Federal para orientar sobre direitos, serviços e receber denúncias de agressões. A transmissão foi uma parceria entre os ministérios das Mulheres e da Justiça e Segurança Pública com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, esteve presente no estádio e falou sobre a importância de debater o tema no ambiente do futebol, espaço majoritariamente frequentado por homens. A ministra relatou que a iniciativa teve início inspirada no dado de que a violência contra as mulheres cresce em dias de jogos.
Pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon em 2022 revela que o registro de boletins de ocorrência de ameaça aumenta 23,7%. Já os registros de lesão corporal sobem 25,9% quando a partida acontece na própria cidade.
Também acompanhou a ação do Feminicídio Zero no Estádio Nilton Santos o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Athirson Mazzoli, ex-jogador e ex-treinador de futebol.
O Ministério do Esporte aderiu à Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero em julho. “O esporte é uma ferramenta poderosa de transformação social. E podemos utilizar no combate a todas as formas de violência, especialmente aquela que vitimiza tantas mulheres em nosso país. O feminicídio é uma realidade cruel que não podemos aceitar”, disse o ministro André Fufuca.