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Re-Pa de portões fechados? CBF diz que sim; FPF diz que não

Nildo Lima

Não bastasse a derrota diante do Brusque – 2 a 0 -, dentro de casa, que empurrou o time para mais perto da zona de rebaixamento à Série D do Brasileiro de 2024, o Paysandu ainda corre o sério risco de voltar a ser punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). No último sábado, alguns torcedores do clube, insatisfeitos com o resultado da partida, protagonizaram atos de vandalismo dentro e fora da Curuzu. A confusão interna no estádio foi relatada na súmula do confronto pelo árbitro Rodrigo Batista Raposo e poderá render uma limitação de público em jogos do clube no Brasileiro ou até mesmo portões fechados aos torcedores.

Cabe lembrar que o Papão já tem dois jogos de punição a cumprir na Série C, contra o Clube do Remo e o CSA-AL, pela 13ª e 14ª rodadas. Na noite desta segunda (3), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou documento apontando que as partidas serão de portões fechados, ignorando o adendo de que mulheres e menores de idade poderão ter acesso ao estádio, como divulgado anteriormente. Um erro na avaliação de André Cavalcante, diretor jurídico da Federação Paraense de Futebol (FPF). “O Diretor de Competições apenas reproduz o que é decidido pelo STJD. Ele deveria ter feito a ressalva, acredito que por equívoco não fez”, disse o advogado.

A penalidade atual foi imposta ao clube pelo STJD, no último dia 28, em razão de confusão causada por integrantes da proscrita facção Terror Bicolor, no empate, por 0 a 0, contra o Operário-PR, no Paraná. O departamento jurídico bicolor chegou a recorrer aos STJD pedindo efeito suspensivo para a punição, mas não foi atendido. O Departamento Jurídico da FPF também solicitou à Corte a reconsideração da punição, mas até ontem não havia recebido uma resposta do órgão máximo da justiça desportiva brasileira. “Fizemos esse pedido levando em conta que no caso do Re-Pa existe o interesse por parte do Clube do Remo também”, salientou André Cavalcante. O clássico, por conta de acordo entre os clubes, terá renda dividida.

O dirigente da FPF reafirmou que até aqui está mantida a presença restrita de público nos dois próximos jogos do time bicolor na Série C, mas que ainda existe a possibilidade de o pedido da entidade ser acatado pelo STJD. “Vamos ter de aguardar a decisão do Tribunal”, disse. O problema é que os atos de vandalismo ocorridos no jogo do último final de semana podem contribuir para que o STJD bata o pé e mantenha a punição determinada pela 3ª Comissão Disciplinar do órgão.

O Paysandu já cumpriu, este ano, dois jogos de portões fechados – contra o São Bernardo-SP e Floresta-CE – em razão de tumulto criado por alguns de seus torcedores, no ano passado, por ocasião do jogo contra o Figueirense-SC, também pela Série C, no estádio Orlando Scarpelli.