O reencontro entre Acelino “Popó” Freitas e Wanderlei Silva, no comercial do Burger King lançado na última quinta-feira (16), parecia o início de uma trégua entre dois dos nomes mais marcantes da história das lutas no Brasil. O clima aparentemente leve da gravação, o primeiro encontro desde a briga generalizada no Spaten Fight Night 2, em setembro, indicava uma tentativa de reconciliação. No entanto, as aparências enganam: ambos confirmaram à Ag Fight, em entrevistas exclusivas, que a relação segue distante de um desfecho pacífico.
Wanderlei, membro do Hall da Fama do UFC, foi direto ao afirmar que a “paz depende dele”, em referência a Popó, e condicionou qualquer reconciliação a uma conversa mediada por advogados. O curitibano diz ter aguardado um pedido de desculpas do ex-boxeador pelo soco que o nocauteou, desferido por um dos filhos de Popó durante a confusão, mas garante que o baiano manteve o silêncio. “Durante as gravações, ficamos quase oito horas juntos. Ele não falou comigo, nem eu com ele. Foi tudo profissional. Só depende dele para que isso acabe e a paz seja selada”, declarou o ex-campeão do PRIDE à reportagem.
Do outro lado, Popó Freitas rechaçou qualquer ideia de acordo financeiro ou indenização, destacando que não pretende “negociar” com quem o agrediu. “Não tem nada a negociar. Eu fui um dos mais agredidos, como eu vou negociar? Se estão procurando dinheiro de indenização, não vão achar no meu bolso”, afirmou o tetracampeão mundial de boxe. O baiano também deixou claro que não pretende recorrer à Justiça, embora não descarte essa possibilidade caso seja provocado: “Se virar ação criminal, vai ser dos dois lados. Não quero dar holofote pra ninguém. Isso não muda o que aconteceu”.
Ressentimentos e Incertezas
Apesar do tom diplomático durante o comercial, a tensão entre as lendas segue evidente. Wanderlei foi desclassificado no Spaten Fight Night 2 por golpes ilegais, o que deu início à briga que tomou conta do ringue e viralizou nas redes. O reencontro publicitário parecia simbolizar o fim do episódio, mas o bastidor mostrou o contrário: a paz entre Popó e o “Cachorro Louco” segue no ringue da incerteza, entre declarações firmes, ressentimentos e um futuro que ainda depende de muito mais do que um roteiro de comercial.
Editado por Clayton Matos