Neste domingo (2), a população brasileira tem o compromisso cívico de ir às urnas para, entre deputados, senadores e governador, escolher quem ficará no cargo de presidente do país pelos próximos quatro anos. Mesmo num país com os três poderes bem divididos e separados, num sistema de governo presidencialista, como o nosso, a figura do mandatário máximo tem um peso enorme.
Num microcosmo como o de um clube esportivo, essa figura ganha mais relevância ainda pelo poder de indicar os rumos dessa instituição. Em dezembro, será a vez dos bicolores em seu pleito escolherem quem dará as cartas na Curuzu pelos dois anos seguintes.
Maurício Ettinger, buscando a reeleição, Sérgio Solano e Felipe Fernandes buscam convencer o colégio eleitoral azul e branco de que podem levar o clube a seguir caminhos melhores. Finanças, parte social, esportes amadores, tudo estará em pauta, mas o que todos querem saber é o que será feito para tirar o Papão da terceira divisão do Campeonato Brasileiro, que em 2023 terá sua participação pelo quinto ano consecutivo.
O Paysandu bateu na trave nos últimos quatro anos, sempre com excelentes campanhas na primeira fase e pífias na segunda. O clube tem montado até bons times, mas surpreende a quantidade de contratações, numa média de 35 a 40 por ano, e a total falta de aproveitamento das categorias de base. Para 2023, o grupo que disputa a temporada continua sendo uma incógnita.
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O atual presidente foi o último a confirmar que seria candidato, o que foi feito somente na semana passada. Ettinger terá ao seu lado, como candidatos a vocês, os empresários Roger Aguilera e Fred Cabral. Ettinger venceu a eleição de 2020 concorrendo contra o ex-presidente Luiz Omar Pinheiro, dando continuidade ao projeto político do grupo “Novos Rumos”, responsável pela eleição dos últimos cinco presidentes do clube.
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Durante o mandato, o grupo que dirige o clube teve pequenas frestas e de uma delas saiu o conselheiro e vice-presidente de operações, Felipe Fernandes, que com o rompimento decidiu por lançar-se candidato. Empresário da construção civil, marketing e tecnologia, Fernandes foi atleta de futsal, diretor social, diretor de patrimônio, secretário, diretor de Projetos Especiais, foi da comissão de futebol e presidiu o Conselho Deliberativo e é conselheiro há seis mandatos.
Antes, o primeiro a lançar o nome para a eleição foi também outro ex-atleta do clube. Com números expressivos no handebol e no atletismo, Sérgio Solano teve grande destaque no basquete, sendo considerado um dos maiores jogadores da história do Paysandu, tendo conquistado onze títulos estaduais entre as décadas de 70 e 80. Solano fez parte da chamada “Era de Ouro” do basquete paraense. Nesses anos, o Paysandu criou as categorias de base e formou atletas que chegaram à seleção brasileira de base. Atualmente, é benemérito do clube e, em 2016, foi agraciado com a Medalha Campeão dos Campeões, entregue apenas a pessoas com grande representatividade no esporte bicolor.
ENTREVISTA
Confira como pensam os postulantes à presidência
Os três candidatos à presidência do Paysandu foram procurados para responderem a uma breve entrevista, com as mesmas perguntas. Destes, apenas Maurício Ettinger não respondeu até o fechamento da edição.
O CT é uma situação que vem se arrastando por anos. O que esperar sobre esse assunto nos próximos dois anos com você na presidência?
FF – Vamos avançar com a construção do CT de verdade. Primeiramente com os campos, em seguida com o restante da estrutura. Vamos pensar no CT de forma sustentável, que não seja um fardo para o clube. O CT não é um luxo, ele é uma necessidade. Não apenas olhando os pontos de vista das categorias de base e de todos os frutos que essa formação correta dos atletas pode agregar ao Paysandu, mas também quando olhamos pelo lado do futebol profissional. O clube enfrenta bastante dificuldade para encontrar gramados adequados para que os atletas tenham condições de treinar no dia a dia. Quando não encontra, o treino ocorre na Curuzu.
SS – Vejo o CT do Paysandu, que foi entregue com seu portal em 2016, e de lá para cá é uma série de histórias de faz e não faz, coletas, doações. É um desrespeito ao torcedor e ao associado. Não existe responsabilidade, o querer fazer. Para isso é preciso organização. Um dos segmentos que pretendo implantar é o capital intelectual, que vem a ser o nível de inteligência e potencial de seus colaboradores. Hoje temos uma gestão amadora que tem uma série de projetos que não se sabe o que faz; estou em uma conversa para uma parceria com uma empresa para que ela banque as obras e as contrapartidas sejam negociadas.
Futebol é o carro-chefe do clube. Como minimizar os erros em contratações, já que boa parte dos reforços deu certo, mas quase ninguém do ataque se saiu bem?
FF – Você nunca vai conseguir acertar 100% das contratações, mas é possível minimizar os erros. Não podemos contratar um jogador para posição que o clube não precisa, apenas por conta do nome do atleta e por ele estar disponível no mercado. Temos que acabar com essa ideia de que o jogador vem para o clube “sem custo”. Mesmo que ele fique no clube sem que envolva recursos financeiros, ele infla o elenco e ocupa a vaga de algum atleta com mais qualidade que poderia ser contratado. Temos que oportunizar jogadores regionais. Nos últimos dois anos, o clube contratou quase 70 atletas, apenas 3 regionais tiveram uma sequência. Sabe por que poucos presidentes investem? Porque você não colhe os frutos. Os frutos que nossa gestão plantar, são as futuras que vão colher.
SS – Se não tivermos uma equipe responsável e séria, o futebol não funcionará. Quem for contratar tem que ter conhecimento pleno do meio. Temos pessoas em Belém com profundo conhecimento dessas questões, que podem elevar o clube a outro nível. Já estou conversando com esse profissional e será anunciado no momento certo. Enquanto houver essa gestão amadora o Paysandu não conseguirá nada, é preciso fazer uma limpa na Curuzu e buscar uma gestão moderna. A bola não entra por acaso, é preciso um trabalho sério.
A torcida está mais uma vez na bronca. O programa sócio-torcedor e as arrecadações são partes importantes das finanças do clube. Além de montar um bom time, como manter a fidelização da Fiel?
FF – Trabalhei ativamente na construção do programa atual. Optamos por deixar o preço do sócio bicolor em apenas R$ 50,00 mensais, e pedimos ao torcedor que em contrapartida para que o preço continuasse barato, tivesse uma fidelidade mínima de três meses. No início, foi motivo de bastante reclamação, mas em seguida, o torcedor acabou se adaptando e entendendo a proposta do programa. Temos aproximadamente 7 mil sócios adimplentes, e ao longo do ano, quase 10 mil sócios passaram pelo programa, ou seja, 3 mil deixaram de pagar em algum momento do ano. O Paysandu é gigante e tem totais condições de dobrar a quantidade de torcedores adimplentes.
SS – Tenho um projeto específico para a torcida. Para dar mais fomento ao sócio-torcedor eu vou tentar fazer com que os membros tenham direito a voto nas eleições, embora isso não dependa apenas do presidente. Outro ponto necessário é a criação de uma diretoria de futebol esportivo, que tenha mais autonomia. E, o mais importante, é fortalecer a base. Tenho o Joperso Coutinho para trabalhar comigo. E, digo mais, sou favorável à SAF, mas isso somente com o clube saneado e desvendado de seus buracos negros.