GERSON NOGUEIRA

Paysandu encosta Juninho; agora é Robinho e mais 10

Juninho, aquele jovem e promissor meia surgido na Desportiva e que brilhou na Tuna, parece esquecido e fora dos planos para a reta final da Série B.

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Parece estranho, mas o Paysandu, quem diria, agora é Robinho e mais 10. São incontestáveis as conhecidas habilidades do meia com a bola nos pés, a qualidade na bola parada e a liderança advinda dos anos de estrada. O problema é que neste momento o time precisa de um gás extra: é fundamental ter categoria, velocidade e força em todos os setores.

Juninho, aquele jovem e promissor meia surgido na Desportiva e que brilhou na Tuna, parece esquecido e fora dos planos para a reta final da Série B. Mais ou menos como ocorreu no período de Hélio dos Anjos no comando. Por duas vezes, desde que Márcio Fernandes assumiu, Juninho não foi sequer relacionado para o banco de suplentes.

Em seu tradicional estilo de argumentar, Hélio justificava o não aproveitamento de Juninho por ele ser mirrado, franzino e sem massa muscular suficiente para ser um meia do PSC. Quando a situação apertou, recorreu ao atleta, mas o deixou de lado assim que Cazares foi contratado.

O experiente Robinho não consegue atuar por 90 minutos, nem com a intensidade que a Série B exige. Atua por meio tempo, quando dá. Márcio Fernandes parece ter se inspirado nos ensinamentos e filosofias do antecessor. Escalou Robinho nos jogos recentes, contra Ituano e CRB.

Juninho foi escanteado na primeira oportunidade, sem explicações – Hélio, pelo menos, explicava. Se o novo sistema não se aplica ao meia, nada mais coerente do que deixá-lo de fora, desde que o elenco tenha alternativas melhores para fazer o jogo pretendido. Não é o caso.

Pelo que entregam hoje, Juan Cazares e Robinho não são propriamente opções diferenciadas para cuidar do setor de criação, na comparação direta com Juninho. Pela agilidade e recursos técnicos, o atleta paraense merecia pelo menos estar na disputa pela posição.  

O Papão ocupa hoje a 16ª posição na tabela, com 33 pontos, somente um a mais que o Botafogo-SP, 17º e primeiro time do Z4. O desafio desta noite é superar a Chapecoense, que vem na 14ª colocação, com 34 pontos. É, portanto, uma briga direta na batalha pela permanência.

No primeiro turno, o PSC venceu a Chape fora de casa por 2 a 1, com golaços de Leandro Vilela e Netinho. Que o confronto desta noite (21h), na Curuzu, traga de volta aquele time mais desenvolvo e confiante, cujos jogadores não tinham medo de arriscar chutes de fora da área.

Esta partida estava inicialmente programada para o estádio Jornalista Edgar Proença, mas, a pedido do PSC, foi transferida para a Curuzu. Uma escolha que sempre divide opiniões.

A pressão sobre os adversários é de fato maior no estádio bicolor, mas, em contrapartida, os jogadores da casa também se sentem mais pressionados. A partida vai esclarecer também essa dúvida quanto ao melhor local para os jogos decisivos da Série B.

Série C acabou e Ronald não jogou um tempo inteiro

Foto: Samara Miranda/Ascom Remo

O jovem Ronald perdeu espaço até no banco de reservas do Remo. Aparentemente, as opções disponíveis para a escolha dos titulares pelo técnico Rodrigo Santana eram fartas e generosas. As três viagens do time durante o quadrangular não incluíram o atacante entre os relacionados.

Em seu lugar, o treinador preferiu levar os incríveis Cachoeira e Johnny Roberts, atacantes de lado, como Ronald. O caso de Johnny é igualmente estranho. Algum gênio no Evandro Almeida recomendou a contratação no prazo final da janela e ele só atuou (mal) por 15 minutos na Série C.

Ronald entrou, ainda, contra o Volta Redonda em Belém já quase nos acréscimos. Não jogou bem, nem poderia, pois não integra o processo de estruturação do time e não tem uma sequência de jogos.

Nos últimos dias, as emissoras de TV têm relembrado o célebre “jogo da neblina” contra o Caxias, lá na Serra Gaúcha. A vitória, por 4 a 2, só foi possível pela habilidade e oportunismo de Ronald, que entrou como sempre nos instantes finais e foi decisivo.

Nem isso fez com que tivesse merecido mais oportunidades na equipe. Cachoeira, porém, jogou até como titular em duas partidas importantes da reta final da fase de classificação. Não fez rigorosamente nada contra o Figueirense, em Florianópolis, e o CSA, em Belém.

O campeonato terminou, o Remo conquistou com méritos o acesso, em função do bom trabalho do técnico Rodrigo Santana, mas pelo visto ficaremos sem explicação para o impressionante prestígio de Cachoeira e a já tradicional falta de atenção para com a ex-joia da base remista.   

Aliás, o Leão perdeu anteontem um outro garoto das divisões de base. Ricardinho, de 22 anos, morreu executado a tiros em Marituba. Triste fim para um atleta que chegou a ter algumas chances quando Marcelo Cabo montou uma espécie de Remo B para o Parazão 2023.    

FPF comemora o investimento no futebol feminino

O trabalho apresentado pela Federação Paraense de Futebol durante reunião realizada com a comissão da Fifa, que veio a Belém inspecionar o estádio Mangueirão e as instalações da cidade candidata à sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027, foi destacado ontem pelo presidente da entidade paraense, Ricardo Gluck Paul.

Ele ressaltou a evolução da modalidade feminina no Pará: “Não se trata apenas da impressionante expansão de competições e partidas, mas de um trabalho profundo e sério em todas as frentes. Nos últimos três anos, saltamos de uma para oito competições femininas, resultando em mais de 200 partidas, estruturas e custeadas pela FPF”.

“Com muito orgulho, apresentamos à Fifa um crescimento extraordinário de 700% na modalidade feminina no Pará! Isso é mais que um número, é uma transformação real, fruto de uma gestão comprometida, que acredita no potencial do futebol feminino paraense e trabalha para colocá-lo onde ele merece estar: no topo! O Pará está em ascensão!”.