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Paysandu e Cametá começam a disputa do terceiro lugar no Parazão

Tylon Maués

A última estrofe do samba clássico “Volta Por Cima”, do compositor Paulo Vanzolini, interpretado por grandes vozes da MPB, diz “Reconhece a queda / Mas não desanima / Levanta, sacode a poeira / E dá a volta por cima!”. Esse pode ser o lema ou até a música tema dos bicolores para hoje. Depois de duas derrotas seguidas pela Série C, com sete gols tomados e nenhum feito, o Paysandu volta a campo hoje, desta vez pelo Campeonato Paraense. O jogo contra o Cametá, às 16 horas no estádio Parque do Bacurau, em Cametá, será o primeiro dos dois que decidirá quem ficará em 3º e 4º na competição estadual, sendo que o vencedor fica com a vaga para a Copa do Brasil do ano que vem. As duas equipes voltam a se enfrentar no dia 24, às 20 horas, na Curuzu.

O Paysandu que deve entrar em campo logo mais não terá alguns dos reforços recentes, que vieram para a disputa do Brasileirão. Ainda assim, a equipe deve ser basicamente a mesma que foi goleada por 5 a 0 pelo Ypiranga-RS, na última quinta-feira. As mudanças devem ser pontuais, justamente por causa desses impedimentos. O que tem que mudar, e isso foi dito pelo técnico Marquinhos Santos, que fará sua estreia na competição, é a postura em campo e a forma de encarar as adversidades. “Já detectei várias coisas que têm que ser mudadas. Internamente temos nossas avaliações, nossos erros”.

A curiosidade da primeira partida do treinador no cargo pelo Parazão se dá pela confirmação da data apenas na semana que passou, assim como foi indicado quando começaria a decisão da Copa Verde. Para Santos, algo a se adaptar o quanto antes, dentro e fora de campo. “É uma dificuldade que me foi apresentado durante a viagem, de ter grupos diferentes para cada competição. Vou avaliar quem está aqui e quem estiver em melhores condições vai para a guerra em Cametá e para a final da Copa Verde”.

Para tentar sair na frente do confronto com o Cametá, o Paysandu terá que passar por um obstáculo interno, o desafio de chegar ao fim dos 90 minutos com onze jogadores. Em 22 partidas em 2023, em quase a metade delas o time recebeu cartões vermelhos, dez no total, sem contar com duas expulsões na comissão técnica. Após o jogo do meio de semana, Marquinhos Santos foi de poucas palavras sobre o assunto, mas foi enfático: “Temos que ter equilíbrio. Vamos tomar atitudes internamente”.

Foram expulsos duas vezes com a camisa bicolor os zagueiros Genílson e Bocanegra (que já deixou a Curuzu) e o meia Gabriel Davis. Um cartão vermelho foi endereçado aos volantes João Vieira, Kelvi e Jacy Maranhão, além do lateral-direito Edilson. O ex-auxiliar-técnico Marcinho Júnior também foi expulso em duas ocasiões na temporada.

Além dos vermelhos, os bicolores também receberam em profusão cartões amarelos, foram 77 cartões desta cor na temporada, uma média de 3,5 por jogo. O centroavante Mário Sérgio é o jogador que mais foi amarelado, seis cartões ao todo.

Cametá chega reformulado para a decisão

O Cametá tenta fazer valer uma temporada que vem sendo superavitária. O Mapará chegou à decisão de 3º e 4º lugar com uma campanha justa e um futebol sólido, mas tem hoje, provavelmente, seu principal desafio. Além de ter ficado duas semanas sem jogos oficiais, o time perdeu alguns de seus principais jogadores. Pilar, Taison, Osvaldir, Alexandre e Thomás deixaram o clube para defenderem equipes que estão na disputa da Série D do Brasileiro.

Os últimos dias foram de muito trabalho para o técnico Rogerinho Gameleira para montar um time competitivo. Com exceção de Thomás, todos os outros jogadores eram titulares do Cametá, inclusive Pilar, artilheiro do time no Parazão com seis gols. O centroavante, que chegou a ser especulado como reforço do próprio Paysandu, acertou com a Ferroviária-SP.