MODA ESTRANHA

Paysandu desafia paciência da Fiel com um time em "versão reborn"

Bonecas hiper-realistas viraram febre e o Paysandu parece ter entrado na onda reborn, com um time mais decorativo do que funcional.

Arte: D'Ângelo Valente
Arte: D'Ângelo Valente

Um fenômeno curioso tem acometido o futebol paraense nos últimos tempos. Assim como os chamados bebês reborn, bonecas hiper-realistas que causam polêmica pelo Brasil ao imitarem recém-nascidos, o time do Paysandu também produz efeito semelhante em sua torcida, com os seus ‘jogadores reborn”.

O caso é o seguinte: os atletas até entram em campo, mas os adversários não conseguem levar eles a sério. O resultado é derrota atrás de derrota, com o Papão na vice-lanterna da Série B do Brasileiro e sendo goleado impiedosamente pelos reservas do Bahia.

Isso mostra que enquanto uns vivem no mundo do futebol profissional, na Curuzu a realidade tem sido distorcida. Por lá, ninguém pode reclamar das “mães reborn” agendando consultas médicas para as suas bonecas, dando mamadeira, trocando de roupa, levando para passear e até tentando usar assento e filas preferenciais. A moral precisa melhorar muito para ter esse privilégio.

A paciência da Fiel anda por um fio e as cobranças estão fortes sobre o técnico, atletas e diretoria. Eles que se cuidem, pois o que a torcida queria, de fato, era que a reação sobre a bola murcha dos “jogadores reborn” fosse similar à do Congresso Nacional em relação aos bebês reborn, com projeto que prevê multa de até 20 salários mínimos para quem tentar conseguir, utilizando bebês reborn, qualquer tipo de benefício, prioridade ou atendimento previsto para bebês verdadeiros. No caso do time, multa por fingir jogar futebol.

Investimento alto no “reborn”. E o retorno?

Por fim, ainda existe outro paralelo com os bebês reborn. Afinal, esse tipo de boneca pode custar entre R$ 750 e R$ 9,5 mil. E mesmo que as mais caras sejam feitas de material mais parecido com a pele de um recém-nascido e tenham dispositivos que imitam batimentos cardíacos, permitem que o bebê receba mamadeira e “urine”, elas não passam disso, um brinquedo.

Portanto, o sentimento negativo da torcida só piora ao perceber o alto investimento perdido em um grupo de jogadores que não corresponde no gramado, uma mera versão reborn de Nicolas, Eliel, Quintana, Leandro Vilela, Giovanni (que inclusive pediu para sair), Espinoza e o até o técnico Luizinho Lopes e o ex-executivo, Felipe Albuquerque… Só para citar os mais criticados pela Fiel.

Pelo menos, para as mães reborn, a satisfação tende a ser garantida, em que pese a fuga da realidade. Já para o Paysandu, a brincadeira pode custar bem mais caro se o time permanecer no Z4 por mais tempo. Ainda há tempo de acordar e o time assumir sua versão real. É o que a Fiel espera.