O início do Paysandu na Série B do Campeonato Brasileiro em 2025 já escancara o sinal vermelho. A situação do Bicola soa mais grave quando comparado ao desempenho do próprio clube na edição passada da competição e de campanhas que culminaram com o rebaixamento ao final das 38 rodadas. A campanha atual expõe um cenário de dificuldades que, se não for revertido rapidamente, pode comprometer seriamente os planos bicolores na temporada.
Em 2024, o Papão também encontrou obstáculos no começo da Segundona, mas com números que, hoje, soam bem menos preocupantes. Após 10 rodadas naquele ano, o clube ocupava a 15ª colocação, fora da zona de rebaixamento, somando 11 pontos — fruto de duas vitórias, cinco empates e três derrotas. Era, sem dúvida, um desempenho que exigia correções, mas que oferecia margem para reação e ajustes ao longo da competição.
O contraste com a atual temporada é evidente. Em 2025, passadas as mesmas 10 rodadas, o Paysandu amarga uma sequência muito mais dura: seis derrotas acumuladas, quatro empates e desempenho que o mantém afundado na última posição da tabela. A dificuldade em conquistar a pontuação máxima, somada ao alto número de tropeços, deixa o time em uma situação desconfortável não apenas nos números, mas também no ambiente, onde a pressão externa cresce a cada rodada.
O retrospecto recente da própria Série B amplia a preocupação. Na edição anterior, dos quatro clubes que ocupavam a zona de rebaixamento ao fim da décima rodada, apenas o CRB conseguiu escapar da queda, onde brigou até a rodada final. Ponte Preta, Guarani e Ituano não resistiram, todos no Z4, acabaram rebaixados, cenário que serve como alerta de que a reação precisa ser imediata e consistente.
Desafios Imediatos e a Pressão Sobre o Paysandu
A situação se agrava ainda mais quando se observa o desafio imediato do clube. O adversário é o Cuiabá, fora de casa, embalado por duas vitórias consecutivas e de olho na consolidação no G4. Em seus domínios, o time mato-grossense vai em busca do terceiro triunfo seguido, disposto a aproveitar o momento delicado do Papão para se firmar de vez no grupo de acesso.
No lado bicolor, a cobrança da torcida se tornou inevitável já que a zona da degola tem colado cada vez mais amarras no cangote alviceleste. As críticas ecoam não só nas arquibancadas, mas também nas redes sociais e no ambiente interno, com críticas para tudo que é lado, especialmente para Roger Aguilera, cartola. A busca por respostas é urgente, e as soluções precisam ir além dos discursos, algo que o executivo de futebol, Frontini, se enrolou durante a coletiva que confirmou a saída de Luizinho Lopes sobre ações para mudar o cenário. “Um passo de cada vez. Conversamos com o Luiz, avisamos, estamos anunciando (a saída) e, a partir de agora, vamos tomar a melhor decisão para o Paysandu, para sairmos dessa situação. Temos que começar a dar uma resposta”, disse.
A temporada de 2025 ainda reserva muitas rodadas, mas a matemática já começa a cobrar respostas. E no futebol, como se sabe, quem não reage a tempo acaba se tornando refém dos próprios erros.