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'Parazão precisa de choque', afirma Gerson Nogueira

 Foto: Wagner Santana/Diário do Pará
Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

Parazão precisa de choque

O Campeonato Paraense de 2024 reunia todas as condições estruturais para ser uma competição marcante e diferente das anteriores. Trata-se da primeira grande disputa estadual no pós-pandemia, turbinada pelo estádio Jornalista Edgar Proença, o novo Mangueirão, equipamento que tanta falta fez nos últimos três anos. Apesar dessa imensa contribuição por parte do Governo do Estado, o torneio infelizmente não conseguiu empolgar a massa. Há necessidade de um choque de realidade.

Nem mesmo a fase semifinal, normalmente empolgante, incendiou as torcidas. A expectativa é de que isso venha a acontecer com os jogos deste fim de semana, entre Paysandu x Águia (Curuzu, neste sábado) e Remo x Tuna (Mangueirão, domingo), que devem reunir grandes públicos.

No meio da semana, os jogos não empolgaram as torcidas. Compareceram cerca de 3 mil espectadores em Marabá e 11 mil no Mangueirão, muito abaixo – principalmente em Belém – do esperado.

O fato é que as finais do Parazão têm agora a missão de dar à competição tintas mais animadas. A fase de classificação arrastou-se por nove rodadas sem maior envolvimento das torcidas, pelo excessivo número de times que levam a jogos cada vez mais ruins. O eixo do problema está justamente aí.

Nem mesmo o esperado clássico Re-Pa conseguiu agitar as torcidas. Ficou devendo muito quanto à qualidade do jogo. Os times ainda buscavam se arrumar e o resultado final expressou bem isso. Além disso, era o típico jogo que não valia nada, o que normalmente espanta público.

Esse desânimo inicial ameaçou comprometer a competição e os jogos das semifinais e da decisão têm a imensa responsabilidade de salvar a lavoura. Quando comparado a um torneio como a Copa Verde, o sistema de disputa do Parazão mostra-se ainda mais desinteressante.

É um sinal importante quanto à necessidade urgente de formatação de um campeonato mais atraente, desafio que deve envolver a Federação Paraense de Futebol e os principais clubes. O confronto contra os times amazonenses pelas quartas de final da CV mexeu muito mais com as emoções do torcedor do que qualquer outra etapa do certame estadual.

Com elencos reforçados para as competições nacionais, a dupla Re-Pa deu sua contribuição para elevar o nível geral, bem secundada por Águia e Tuna, mas ficou nisso. Os demais clubes não conseguem acompanhar o processo evolutivo, a começar pela falta de estádios adequados, o que subverte o conceito de estadualização do campeonato.

Não se pode esquecer que o alto investimento do Estado com as vultosas verbas de patrocínio requer contrapartida, praticamente negada no atual formato da competição. Para piorar, a inversão de mando dos jogos quebrou um dos pilares fundamentais do convênio com o governo.

Com o absurdo de 12 participantes atuais, um inchaço inaceitável mantido desde a pandemia, a evolução técnica fica comprometida e a competição se autossabota. Algo precisa ser feito, e já.

 

Leão e Lusa duelam pela última vaga na final  

Com mudanças na defesa e provavelmente no ataque, o Remo tenta neste domingo (31) superar a Tuna sem depender da vantagem do empate. Com previsão de estádio Mangueirão cheio, o time terá que jogar em conexão com a torcida, o que naturalmente conduz a um sistema ofensivo.

A Tuna, que saiu na frente no clássico de quinta-feira, ajusta suas linhas para brigar pela vitória, único resultado que lhe favorece na briga para chegar à decisão do campeonato. O retorno de Leandro Cearense, livre da suspensão automática, é um reforço e tanto para o ataque.

Nos outros setores, o técnico Júlio César Nunes não deve mexer, até pela limitação de alternativas. Gabriel Furtado deve ser o jogador mais avançado pelos lados, a fim de puxar contra-ataques. No meio, Renan e Germano são os responsáveis pela marcação e a criação de jogadas.

No Leão, a perda do zagueiro Ligger por contusão obriga o técnico Gustavo Morínigo a uma alteração na composição da defesa. Bruno Bispo vai formar a dupla central com Jonilson. Outra mexida deve ocorrer no ataque com a entrada de Kelvin ou Marco Antônio no lugar de Echaporã.

A atuação desleixada do 1º tempo deixou Morínigo de orelha em pé, principalmente pela repetição de erros expostos diante do Amazonas, em Manaus. Apesar de evidenciar poder de reação, os desajustes no meio-de-campo forçam uma mudança de postura.

Os sinais de desgaste físico da Tuna nos 30 minutos finais devem tornar o Remo mais agressivo desde os primeiros minutos, a fim de impor presença no campo inimigo e sufocar avanços pelos lados. Para isso, o quarteto de meio – Henrique, Jaderson, Matheus e Silas – precisa estar mais conectado.

 

 

Bola na Torre

Com apresentação de Guilherme Guerreiro, o programa vai ao ar às 22h, na RBATV, ao vivo, com as participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a definição dos finalistas do Parazão e as projeções para as semifinais da Copa Verde. A edição é de Lourdes Cezar.

 

Troféu Camisa 13 entra na fase de afunilamento

Últimas semanas para a definição dos premiados com o Troféu Camisa 13/RBATV da temporada. Na terça-feira, 2, às 6h30, sai a segunda parcial de votação, com divulgação dos melhores na opinião da torcida, com sorteio de muitos prêmios para o técnico torcedor.