O Leão e a conexão paraguaia
Terminou o mistério. Cinco dias depois da demissão do técnico Ricardo Catalá, o Remo anunciou o nome do novo comandante. É Gustavo Morínigo, 47 anos, paraguaio que foi jogador de futebol e depois abraçou a carreira de treinador. Dirigiu o Cerro Porteño e Libertad, antes de vir para o Brasil, onde trabalhou com destaque no Coritiba e no Ceará.
Não foi uma negociação fácil. Gustavo estava sem clube, mas se insere naquele grupo de técnicos nível Série B, com salários acima do orçamento médio de equipes que disputam a Série C do Campeonato Brasileiro.
Domingo, antes do jogo com o Bragantino, o diretor de futebol Sérgio Papellin admitiu que a negociação estava em andamento, mas a questão financeira estava embaçando as coisas. O mau passo diante do Tubarão parece ter acelerado os entendimentos.
Sob o comando de Mariozinho e Agnaldo de Jesus, o Remo foi errático como em todo o período sob a direção de Ricardo Catalá. Nem mesmo a raça tão cobrada pela torcida apareceu em campo e o time terminou perdendo a segunda partida no Campeonato Estadual.
Apesar do investimento caro, a chegada de Gustavo sinaliza uma mudança radical na forma de atuar do time. Por esse motivo, é improvável que o elenco siga com os mesmos atletas. Ontem, horas depois do anúncio do novo técnico, o meia Camilo pediu desligamento.
Veterano, Camilo mostrava dificuldades para se encaixar na equipe. Não era o único, mas dele se esperava mais pela qualidade de seu futebol e pelos custos de sua contratação. Para o lugar dele, deve chegar o meia Silas, 28 anos, que estava no Atlético-GO.
Gustavo terá missão árdua e pouco tempo para mostrar serviço nas competições em andamento (Parazão e Copa Verde). Comenta-se que pelo menos seis atletas serão contratados, com ênfase no meio-campo (volantes) e linha de defesa.
O acordo concretizado com Gustavo reflete o esforço da diretoria azulina para assegurar ao time a competitividade necessária para enfrentar a Série C e brigar pelo acesso à Série B. Como o plano inicial com Catalá não funcionou, o clube redireciona o planejamento e tenta acertar o passo, ainda a tempo de se recuperar no Parazão e se fortalecer para o Brasileiro.
Surge um candidato a xodó da Fiel bicolor
A torcida do PSC se mostra encantada com o artilheiro e ídolo Nicolas por razões óbvias. Oito gols marcados em oito jogos, entrega e transpiração em defesa do time. O Cavani do Norte é unanimidade na Curuzu desde que fez o caminho de volta nesta temporada. Tudo dentro da normalidade.
Surpreendente é a adoração que a Fiel demonstra pelo meia-atacante Esli Garcia, rápido e driblador, que entrou no segundo tempo da partida contra o Castanhal. Não fez gol, mas as fintas e o entusiasmo em campo cativaram o torcedor alviceleste.
Aplaudido diversas vezes, Esli e saiu de campo como um dos mais festejados da tarde vitoriosa, embora não tenha atuado desde o primeiro tempo, quando o time foi mais efetivo e agressivo.
Caso consiga manter a regularidade e o bom futebol, o jovem venezuelano tem chances não apenas de virar titular como de se candidatar a xodó da torcida, condições das mais valiosas dentro do futebol atual.
Vale lembrar que Esli acabou se atrapalhando na apresentação em janeiro por ter esquecido a certidão de nascimento, o que retardou sua regularização. A maneira como tem se dedicado em campo mostra que Esli está disposto a recuperar o tempo perdido.
Fifa abre temporada de reconhecimento de títulos
Postagem do site Meu Timão, espécie de porta-voz informal do Corinthians, a respeito do reconhecimento de títulos mundiais pela Fifa: “Sou a favor de brigar pelo reconhecimento da pequena taça do mundo de 1953. Barcelona, Caracas e Roma foram derrotados duas vezes pelo Corinthians. No mínimo somos tri mundial (sic), o terror dos europeus”.
O site corintiano não é o único. Várias torcidas têm se manifestado em relação a isso, defendendo o seu lado. O quadro de títulos que circula na internet mostra a lista dos novos campeões mundiais, incluindo clubes como o Remo, o Corinthians, o Fluminense e até o Bangu.
Os títulos reivindicados se referem aos torneios Octogonal Rivadavia, Copa Rio, Pequena Copa do Mundo, Torneio de Paris e International Soccer League, todos disputados na década de 50.
O último a ser reconhecido foi o Palmeiras, que recebeu na sexta-feira (1) a ata juramentada e traduzida da Fifa que reconhece a Copa Rio de 1951 como a primeira competição mundial de clubes.
Para obter o reconhecimento, o Palmeiras preparou um extenso dossiê, em 2006, com reportagens e documentos sobre a Copa Rio. Apesar de reconhecer a conquista, a Fifa considera, em seu site oficial, apenas os Mundiais de organização própria, cujo início foi em 2000.
Diante dessa movimentação toda, tem faltado à diretoria remista iniciativa e providências na busca pelo reconhecimento do Torneio de Caracas, visto que outras agremiações reivindicaram e foram atendidas pela Fifa.
Um site espanhol dedicado ao Real Madrid postou recentemente um histórico de todas as competições equivalentes a campeonatos mundiais e seus respectivos campeões. A publicação aponta o Remo como campeão mundial do torneio disputado em Caracas, na Venezuela, em 1950.
O Remo disputou o torneio convidado pela Federação Venezuelana de Futebol. O mundialito que dava ao campeão a “Taça Ministério de Obras Públicas da Venezuela”. O troféu está exposto na sede do Remo.