Bola

No Remo, Rodrigo Santana fala sobre reforços, reação e apoio ao golpe

Sem ninguém suspenso, nesta quarta-feira se saberá se algum atleta está lesionado. Foto: Samara Miranda/Ascom Remo
Sem ninguém suspenso, nesta quarta-feira se saberá se algum atleta está lesionado. Foto: Samara Miranda/Ascom Remo

Tylon Maués

O técnico Rodrigo Santana teve ontem de manhã, de fato, o primeiro dia à frente do elenco do Clube do Remo em um treino de campo. Após a movimentação, ele foi apresentado oficialmente como novo treinador azulino. Ele falou sobre comprometimento, contratações, sobre sua carreira e até sobre o episódio político que o impediu de ser contratado pelo Corinthians-SP, quando esteve em acampamentos que pediam intervenção militar. Ele afirmou que é preciso querer permanecer no Baenão e buscar não só a recuperação, mas também a classificação para a fase seguinte.

PRESSÃO E COBRANÇA

“Quando se trata de um time de massa como o Remo, a pressão é maior e às vezes alguns jogadores não estão preparados para esse tipo de pressão. Então, a gente tem que identificar o mais cedo possível os líderes positivos do elenco, para estar chamando os mais jovens, os recém-chegados, para mostrar qual a identidade do Remo, o que precisa, qual o DNA do Remo, qual a responsabilidade que você tem em defender essa camisa. Acredito que eu preciso, o mais cedo possível, arrancar um ânimo diferente do grupo, ser um pouco mais competitivo, desde o treinamento como eu venho cobrando, não adianta a gente treinar de um jeito e jogar de outro, não adianta só enxergar o adversário como clássico e aí entregar meu nível de atenção só no clássico, todos os jogos têm que ser como se fosse um clássico dentro do Remo. Minha ideia é marcar alto, marcar pressão. Equipe vertical, que marca forte, essa é a ideia. Mas será que as características são as mesmas aqui? Chego no meio do ano, não construí o elenco, mas minha obrigação é encontrar a melhor forma. Temos jogadores suficientes, precisamos vender essa ideia e que os jogadores comprem essa ideia”.

NOVA FORMA DE JOGAR

“Não adianta eu chegar aqui e falar que vou jogar com o meu DNA, com a minha metodologia de jogo, pois, às vezes, as peças que eu tenho não se encaixam com o modelo de jogo que eu tenho. Minha ideia: marcar alto, marcar pressão. Minha ideia é fazer mais ou menos como o líder da competição (Athletic-MG) está fazendo. Fui eu praticamente que estive lá, desde a pré-temporada, fiz todo o Campeonato Mineiro, passamos de fase na Copa do Brasil. Uma equipe vertical, que marca forte, que ataca espaço, essa é a ideia. Mas, será que as características são as mesmas? Aqui, eu posso ter jogadores com mais técnica, com mais rodagem, com mais experiência, às vezes não é a mesma característica de lá. Então, eu preciso identificar as peças que eu tenho aqui e tentar arrancar o melhor deles dentro da plataforma de jogo que eles vão me entregar”.

RECONQUISTAR A TORCIDA

“Já encontrei clubes com vestiário semelhante e situações que o clube estava ruim fora de campo, mas dentro de campo as coisas funcionavam e a bola entrava. Todos sabem que a gente contrata querendo acertar, diretoria faz esforço e aqui tem uma pressão que faz com que o jogador possa entregar um pouco mais. Acredito que é muito importante trazer o ânimo, fazer o torcedor voltar a acreditar. Vamos tentar resgatar isso em campo e no próximo jogo já enxergue mudança de postura, garra e determinação. Ontem passamos o dia fazendo contato com jogadores. Hoje tivemos uma conversa franca com o elenco. Quem não está satisfeito, pode procurar a diretoria. Agora quem quer trabalhar e buscar o acesso, vamos trabalhar, dar um pouco mais em campo, que o resultado virá”.

INDICAÇÃO DE REFORÇOS

“Indiquei jogadores, sim, pois a diretoria nos deixa confortável a apresentar os nomes e buscar soluções. Infelizmente os nomes que indiquei, posso até abrir, o Bruninho, que está no Ceará, tentamos e a situação é muito difícil. Foi um atleta que subi no Atlético-MG, que levei para o Confiança-SE. O próprio Rômulo, do Cruzeiro-MG, já fez os quatro jogos no Athletic-MG que também é um jogador a nível de Seleção Italiana, acho que seria um líder importante, mas infelizmente não conseguimos. Outras peças que infelizmente teremos que aguardar a janela, mas sabemos que não podemos esperar tantos, além de outros nomes que a diretoria vai pesquisando, repassando pra gente e vamos analisando para reforçar a equipe. Esses dois nomes foram que cravei, já trabalharam comigo e que joguei muito contra”.

ARREPENDIMENTO POR FOTOS

“Da minha vida particular, eu sempre procuro evitar de falar. Eu falo da minha vida profissional, falo do trabalho, que nem a gente está aqui para falar de Remo. Mas como eu respeito demais a profissão de vocês, tenho muitos amigos, vocês podem tirar a referência por onde eu passei com toda a imprensa. Realmente foi uma foto muito antes das eleições, onde eu tirei. Confesso que eu me arrependi de ter postado aquilo, deram um ‘print’ e, no momento da apresentação, que não é na frente do quartel, é muito lá na frente, aconteceu isso daí. Me prejudicou muito. Eu sou muito brasileiro, amo demais o meu país, amo demais o nosso povo e respeito demais a opinião de todos, independentemente de quem estiver no poder, eu vou estar torcendo pelo nosso Brasil, pelo nosso povo. Sigo a vida procurando sempre ser melhor, mas, que prejudicou, prejudicou bastante. Mas, a gente é maduro o suficiente para enfrentar isso, volto a dizer, me arrependi demais, não esperava que seria dessa forma, mas, em respeito a todos vocês, eu estou respondendo, nunca toquei, nunca fui muito claro neste assunto. Espero ser muito feliz aqui e não ter problemas, torcer sempre para quem estiver no poder que vença e que traga o melhor para a gente”.