Coisa de cinema

No clima de Beetlejuice, o Paysandu chamou o seu “bio-exorcista” para voltar a vencer na Série B

Márcio Fernandes, Márcio Fernandes, Márcio Fernandes! O treinador voltou à Curuzu e o time bicolor reencontrou o caminho das vitórias. Agora é manter a pegada, driblar os fantasmas e “vermes da areia” pelo caminho para subir na tabela da Série B.

Novo técnico retornou para tirar o Papão do limbo na Série B - Foto: Jorge Luis Totti/PSC; Arte: Júlio Brasília
Novo técnico retornou para tirar o Papão do limbo na Série B - Foto: Jorge Luis Totti/PSC; Arte: Júlio Brasília

No último sábado (14), o Paysandu enfim conseguiu frear a sua péssima sequência na Série B do Campeonato Brasileiro ao conquistar uma vitória gigante sobre o Guarani-SP, por 2 a 1, na Curuzu, em Belém. O triunfo permitiu ao time ganhar uma sobrevida na competição, saindo da bacia das almas e voltando à realidade na competição. Claro que, para firmar os pés, a equipe ainda vai travar uma verdadeira batalha para sair desse purgatório que ainda o rodeia pela proximidade do Z4. O cenário, para os amantes da sétima arte, é fiel ao enredo de Beetlejuice, ou “Besouro Suco” em tradução livre, com a figura do treinador Márcio Fernandes encarnando a mesma importância do personagem-título nesse momento.

Por ironia, alguns fatores são extremamente similares entre o filme e o futebol do Papão. Com a película em seu segundo ato depois de 30 anos, Fernandes volta para a sua segunda passagem no Leônidas de Castro após mais de 12 meses, com o foco único em garantir a vida na Segunda Divisão, assim como o personagem icônico de Michael Keaton, em sua missão na pós-vida. Ambos tentam utilizar de sua experiência para que, no fim, a consagração do casamento seja efetuada: o treinador com o elenco e torcida para engrenar na Segundona, enquanto Beetlejuice busca a troca de alianças com a personagem de Winona Ryder, Lydia Deetz, para sair do mundo dos mortos.

A bronca é que assim como na cidade de Winter River, a Curuzu e o Chaco contam com assombrações que devem dificultar a vida do ‘professor’, sendo uma delas a desconfiança da torcida e a configuração da própria da tabela da competição, visto a ascensão dos adversários diretos do Lobo, com o time paraense buscando encontrar um equilíbrio, algo que possui o mesmo peso dos ‘vermes da areia’, perigos naturais que serão encontrados ao longo dos 90 minutos de cada jogo.

Longe de querer se debruçar sobre o ‘Manual para os Recém-Falecidos’ como na película, ou neste caso o manual para os recém-chegados ao Z4, Márcio Fernandes, assim como o bio-exorcista, quer ter o seu nome anunciado três vezes – ou mais – pelo torcedor, para que o elenco no gramado bata de frente com qualquer um e, confirmando que na realidade é o Lobo que se diverte em suas partidas. “Esse time tem qualidade, é indiscutível, mas a confiança está abaixo e com as vitórias a confiança vem”, destaca o treinador.