O ministro do Interior do Uruguai, Nicolas Martinelli, emitiu um comunicado proibindo a torcida do Botafogo de comparecer ao estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu (URU), onde acontecerá a partida de volta das semifinais da Copa Libertadores, nesta quarta-feira (30), contra o Peñarol. Na ida, o Alvinegro goleou por 5 a 0, no Nilton Santos (RJ).
O ministro anexou um ofício endereçado ao presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso. No documento, cita como uma das razões para a decisão “análises da Polícia Nacional depois dos episódios de violência ocorridos no Rio de Janeiro antes do jogo de ida”. Além disso, o Ministério classificou a partida desta quarta-feira em Montevidéu como de “alto risco”.
Em sua postagem no X, o ministro diz que a medida visa “evitar novos distúrbios entre os adeptos de ambas as equipes”. Ocorre, porém, que o confronto de torcedores do Peñarol na Praia do Pontal, no bairro do Recreio (RJ), não se deu com torcedores do Botafogo.
PRAÇA DE GUERRA
Torcedores do Peñarol transformaram a orla do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam quiosques, uma padaria, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.
Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.
Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Um revólver foi encontrado em um dos ônibus.
Em audiência de custódia na última sexta (25), a Justiça converteu para preventiva a prisão de 20 uruguaios. Somente um foi liberado. Eles já se encontram em um presídio no Rio de Janeiro.
Os torcedores do Peñarol foram autuados por diversos crimes: porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, responderão também por artigos do Estatuto do Torcedor.
Os demais detidos na quarta (23) – cerca de 260 – foram escoltados no mesmo dia até a fronteira do Rio. Eles também responderão por artigos do Estatuto do Torcedor.
O Peñarol emitiu uma nota e culpou o Brasil e a Polícia Militar. O clube também contratou advogados para defender os torcedores que estão presos no Rio.