LIBERTADORES

Ministro proíbe torcida do Botafogo em jogo com Peñarol

Repercussão da proibição da torcida do Botafogo no jogo de volta da semifinal da Copa Libertadores contra o Peñarol.

O Botafogo atropelou o Peñarol. Foto: Vítor Silva/Botafogo
O Botafogo atropelou o Peñarol. Foto: Vítor Silva/Botafogo

O ministro do Interior do Uruguai, Nicolas Martinelli, emitiu um comunicado proibindo a torcida do Botafogo de comparecer ao estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu (URU), onde acontecerá a partida de volta das semifinais da Copa Libertadores, nesta quarta-feira (30), contra o Peñarol. Na ida, o Alvinegro goleou por 5 a 0, no Nilton Santos (RJ).

O ministro anexou um ofício endereçado ao presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso. No documento, cita como uma das razões para a decisão “análises da Polícia Nacional depois dos episódios de violência ocorridos no Rio de Janeiro antes do jogo de ida”. Além disso, o Ministério classificou a partida desta quarta-feira em Montevidéu como de “alto risco”.

Em sua postagem no X, o ministro diz que a medida visa “evitar novos distúrbios entre os adeptos de ambas as equipes”. Ocorre, porém, que o confronto de torcedores do Peñarol na Praia do Pontal, no bairro do Recreio (RJ), não se deu com torcedores do Botafogo.

“Dados os violentos incidentes ocorridos no Rio de Janeiro durante o jogo de ida da Copa Libertadores entre Peñarol e Botafogo, decidimos proibir os torcedores do Botafogo de entrar no Estádio Campeón del Siglo para o jogo de volta em Montevidéu. Esta medida responde a razões de segurança e procura evitar possíveis represálias que possam desencadear novos distúrbios entre os adeptos de ambas as equipas. O Ministério reafirma seu compromisso com a segurança em eventos públicos e garante que tomará todas as medidas necessárias para que o evento transcorra sem incidentes”, escreveu Nicolas Martinelli, ministro do Interior do Uruguai, em seu “X”.

PRAÇA DE GUERRA

Torcedores do Peñarol transformaram a orla do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam quiosques, uma padaria, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.

Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.

Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Um revólver foi encontrado em um dos ônibus.

Em audiência de custódia na última sexta (25), a Justiça converteu para preventiva a prisão de 20 uruguaios. Somente um foi liberado. Eles já se encontram em um presídio no Rio de Janeiro.

Os torcedores do Peñarol foram autuados por diversos crimes: porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, responderão também por artigos do Estatuto do Torcedor.

Os demais detidos na quarta (23) – cerca de 260 – foram escoltados no mesmo dia até a fronteira do Rio. Eles também responderão por artigos do Estatuto do Torcedor.

O Peñarol emitiu uma nota e culpou o Brasil e a Polícia Militar. O clube também contratou advogados para defender os torcedores que estão presos no Rio.