ENTREVISTA

Mini reformulação em curso: Marcos Braz faz balanço no Remo

Executivo de futebol do Remo, Marcos Braz faz balanço dos seus primeiros 45 dias de trabalho, em que comanda uma mini reformulação no elenco.

Marcos Braz está de olho no mercado para reforçar ainda mais o Remo para a Série B - Foto: Samara Miranda/Remo
Marcos Braz está de olho no mercado para reforçar ainda mais o Remo para a Série B - Foto: Samara Miranda/Remo

Após 45 dias de sua chegada ao Baenão, o executivo de futebol do Clube do Remo, Marcos Braz, fez uma análise sobre o trabalho feito até aqui. Desde que foi contratado, o Leão Azul passou por uma série de mudanças. A primeira foi a saída da comissão técnica comandada por Daniel Paulista, a despeito do desejo do clube azulino. Ele trouxe a António Oliveira e com ele mais oito reforços. Houve uma quase reformulação no elenco, inclusive com algumas despedidas.

O dirigente fez um balanço desses dias, falou sobre o mercado que ainda está aberto para a chegada de mais atletas, pediu apoio da torcida e confiança com o trabalho que está sendo feito, comentou mais uma vez sobre as dificuldades de fazer futebol no Norte, em especial com a logística de viagens, que exige uma atenção especial para preservar o condicionamento físico dos jogadores.

Falou inclusive sobre a polêmica envolvendo o jogador De La Cruz, no Flamengo-RJ, seu antigo clube, que teria sido contratado quando ainda estava lesionado. “Se responder essa pergunta, serei capa de todos os jornais do Brasil amanhã, mas não vou falar nada, falarei somente do Clube do Remo”. Abaixo, os principais tópicos citados ontem pelo executivo de futebol azulino.

Investimento no Remo

“Desde que cheguei, a folha subiu em pelo menos 10%. Mas não vou falar de números aqui. O que eu posso falar é que estão se fazendo todas essas aquisições com muita responsabilidade, com parcerias em outros clubes. Posso citar os clubes aqui como o Santos-SP, Botafogo-RJ, Fluminense-RJ, todos clubes de Série A e que estão contribuindo, estão ajustando para que fizéssemos uma parceria e que os jogadores estivessem aqui. Alguns o Remo paga os salários integralmente, outros parcialmente e outros o Remo não paga absolutamente nada. Então, é dentro dessa conjuntura que a gente está dando mais musculatura ao elenco”.

Despedidas

“Em relação a essa questão da saída de jogadores, logicamente se tiver saída, não, tem saída e já tiveram as saídas, né? Eu vou dar exemplos aqui que eu acho que é o melhor, exemplos do que já foi feito. A gente já tirou jogador rompendo contrato e pagando e indenizando, nós já tiramos jogador com parceria, tirando o valor de quase 40, 50% do que ele recebia. Tivemos também a situação do Adaílton, um jogador de 35 anos que não era titular, que tinha quatro meses e meio de contrato e conseguimos R$ 190 mil dólares na negociação, mais ou menos R$ 1 milhão. Eu acho que foi um negócio muito bom pro Remo”.

Baenão

“Eu vejo com bons olhos jogar aqui, não todos os jogos, mas alguns. Os impedimentos, teoricamente, que poderiam ter, são de qualquer clube, como as autorizações. Eu não sei quais são as regras aqui em Belém e aqui no Pará, mas o que eu posso deixar claro e reto é que eu sou um entusiasta dessa possibilidade de jogarmos aqui”.

Centro de Treinamento

“A construção de um CT não passa por um Marcos Braz, ou A ou B, ou qualquer um que passe ou para frente ou para trás aqui. O Remo precisa fazer isso se quiser sobreviver de uma maneira tranquila, de uma maneira eficiente. Lá é um terreno que é do clube, que não tem implicações financeiras para se adquirir. Eu acho que a gente tem que começar a fazer o CT lá”.

Contratações

“O mercado está aberto ainda por um bom tempo, é claro que quanto antes se fizer o fechamento da janela, quanto antes você fizer as contratações para a janela é muito melhor, mas eu não posso falar sobre posições. Não vou me apegar aqui a prazo e a quantidade de jogadores contratados, porque eu também não sei a quantidade de jogadores que sairão. Eu quero agora fazer um equilíbrio com um jogador mais cascudo, um jogador mais experiente. Isso não quer dizer que os jogadores que vieram não são capacitados”.

Logística I

“Então, assim, nem treinar, a gente conseguiu treinar. As pessoas que cobrem o Remo, se editarem e tirarem isso do contexto, eu acho que não é justo. Não é uma desculpa eterna, mas eu acho que nesse momento a gente ainda precisa de mais tempo (…) A logística que nós temos é a logística possível. Não estou reclamando da CBF, de empresa que trabalha pra CBF, nada. Só uma coisa em que eu sempre fico atento e me incomoda. É uma coisa que eu, se tem uma coisa que eu não fazia em outros lugares, é uma coisa que eu debruço e fico ali perturbando a todos”.

Logística II

“Qual seria o elenco possível para nossas adversidades? Um elenco mais inchado talvez prejudique o treinamento, mas um elenco mais inchado te possibilita recuperar outros tantos jogadores? Enfim, o que eu posso te passar é o seguinte – mais uma vez, em nenhum momento estou reclamando de absolutamente nada -, apenas é uma alerta que a gente tem para que possamos sempre fazer a melhor viagem possível, para mitigar qualquer desgaste para os jogadores. Aqui eu acho que a gente tem que ter um pouquinho mais de jogadores do que em outros centros”.

Felipe Vizeu

“O Vizeu foi a grande contratação desse ano, um jogador experiente, não é qualquer um que joga na Itália. Eu não peguei no pé dele, apenas eu tenho uma relação com eles e falo para os jogadores com jeito e da maneira que eu entendo do assunto que eu entendo que tem que fazer. Mas não procede isso que eu peguei no pé dele (…) A preocupação é de não jogar ele aos leões e isso eu não vou fazer porque eu nunca fiz na minha vida.

O que eu posso falar é que pela expectativa que foi feita na contratação do jogador, pelo tamanho dele, eu acho que só isso dá uma atenção em especial para que a gente possa reverter ou melhorar qualquer tipo de quadro que esteja no momento. Ele sempre vai ter uma atenção especial pela importância tanto financeira que foi, como a importância que é do jogador que foi contratado por um período longo (até dezembro de 2026)”.