![Márcio Fernandes dá detalhes sobre sua saída do Paysandu. Em entrevista reveladora, ele contesta os motivos apresentados pela diretoria. Márcio Fernandes dá detalhes sobre sua saída do Paysandu. Em entrevista reveladora, ele contesta os motivos apresentados pela diretoria.](https://uploads.diariodopara.com.br/2024/09/IGJvvJaA-capa-marcio-matheus-vieira-psc-scaled.webp)
A saída prematura do técnico Márcio Fernandes do Paysandu pegou boa parte da torcida de surpresa, inclusive o treinador. Em entrevista ao radialista Giuseppe Tommaso, da Rádio Clube do Pará, que será exibida na íntegra nesta terça-feira (11) no canal Tomazão TV no YouTube, Fernandes deu detalhes sobre os bastidores de sua saída e contestou os argumentos apresentados pela diretoria do clube bicolor.
De acordo com Fernandes, o principal motivo alegado pelo executivo Felipe Albuquerque para sua demissão foi a falta de evolução da equipe nos primeiros jogos do ano, especialmente após a derrota para o Santa Rosa e o empate com o Bragantino, ambos pelo Campeonato Paraense (Parazão), além da classificação apertada contra o modesto Porto Velho-RR, na Copa Verde. No entanto, o treinador discordou da avaliação e destacou desempenhos positivos, como a conquista da Supercopa Grão-Pará e a vitória de virada sobre a Tuna Luso, mesmo com um jogador a menos.
“Tirando o primeiro jogo, em que a equipe performou bem e conseguimos o título (da Supercopa Grão-Pará), que foi contra a Tuna, no restante ele (Felipe Albuquerque) achou que a equipe não teve uma performance muito boa”, afirmou Márcio Fernandes.
Gramado
Além dos resultados, o treinador citou as más condições dos gramados da Curuzu e de outros estádios paraenses como um dos fatores que prejudicaram o rendimento técnico do time. “O único jogo em que a gente jogou com condições legais para os nossos jogadores, que são jogadores técnicos, renderem foi o primeiro jogo (final da Supercopa Grão-Pará, no Mangueirão). Então, tudo que ele (Felipe Albuquerque) falou não condiz com o que foi apresentado. Nos outros jogos, a performance não foi tão boa assim porque também o campo não deu as condições”, argumentou.
Montagem do elenco
Outro ponto levantado por Fernandes foi a falta de autonomia na montagem do elenco. Ele alegou que teve pouca influência nas contratações e que a diretoria não seguiu suas indicações. “E eu falei pra ele: ‘Veja bem, o único jogador que eu indiquei aqui e vocês contrataram foi o Marlon. Eu indiquei um outro, que foi o Aldo, mas aí não houve um acerto. Fora isso, nenhum outro jogador foi uma indicação minha’.”
Falta de tempo e incoerência
Por fim, Márcio Fernandes criticou a falta de tempo para consolidar seu trabalho e a inconsistência da decisão da diretoria. “Então, 45 dias é muito pouco pra você receber o grupo que está chegando, fazer esses jogadores entenderem o sistema que a gente queria e colocar em prática. Agora que chegou um zagueiro, um volante, você está me mandando embora. Então, foi muita incoerência essas coisas colocadas (pelo executivo do Paysandu)”, desabafou.
A troca no comando técnico evidencia a pressão por resultados imediatos no Paysandu, que busca uma temporada vitoriosa na Série B do Campeonato Brasileiro. Agora, Luizinho Lopes assume a missão de dar continuidade ao projeto bicolor, enquanto Márcio Fernandes deixa o clube questionando se teve, de fato, tempo e condições adequadas para desenvolver seu trabalho.