A primeira parte da missão já foi cumprida, com louvor. Falta a cereja do bolo: a conquista do título brasileiro da Série C. Com méritos, o Remo assegurou presença na Série B 2025 com um jogo de antecipação no quadrangular final. A espetacular festa de domingo no Mangueirão ainda está viva na memória do torcedor e repercute nacionalmente.
Para cumprir a segunda parte do roteiro, o Remo entra em campo neste sábado (5), em João Pessoa, para enfrentar o eliminado Botafogo paraibano. O problema é que, apesar de não ter mais qualquer chance, não se pode dizer que o Belo não tenha interesse no jogo.
Uma rivalidade cultivada há três anos, a partir da contratação do técnico Gerson Gusmão pelo Remo, pode entrar em campo no confronto de hoje. Da parte do Leão nunca houve problema em relação ao Botafogo, mas dirigentes alvinegros alimentaram a rixa e isso passou a contagiar os torcedores.
Nesta Série C, a situação veio à tona depois da classificação do Remo em oitavo lugar na 1ª fase. Na internet, parte da torcida do Botafogo – que foi o líder disparado da etapa de classificação – menosprezou o feito azulino, reabrindo a troca de zoações e desaforos.
Será nesse clima que o Remo vai brigar pela vitória para superar o Volta Redonda na classificação do quadrangular, habilitando-se a disputar a decisão da Série C, para tentar o sonhado bicampeonato e repetir 2005.
Em 2021, quando conquistou o acesso, o Remo também disputou a final, mas foi derrotado pelo Vila Nova. Na ocasião, o Leão entrou com um time misto, após ficar sem a maioria dos titulares, que foram contaminados pela covid-19 na comemoração pelo acesso.
Desta vez, caso chegue à decisão, o Remo terá todos os titulares. Neste sábado, Ligger é a baixa de última hora. Principal defensor do time, ele se lesionou no último treino. Deverá ser substituído por Bruno Bispo.
Em compensação, o atacante Pedro Vítor está de volta, após ficar de fora da partida contra o S. Bernardo, domingo. É uma peça de destaque na engrenagem ofensiva, entrosado com Ytalo e Jaderson.
Pela habilidade para romper a marcação com dribles em velocidade, Pedro Vítor é hoje o principal atacante do Remo. Tem a virtude e a capacidade de surpreender, trunfo precioso no equilibrado futebol da Série C.
Na linha de meio-campo, nenhuma alteração. Diogo Batista, Pavani, Paulinho Curuá e Raimar confirmados. O setor é um dos pilares do sistema 3-4-3 implantado pelo técnico Rodrigo Santana e responsável pela campanha que levou o Remo ao acesso.
Papão vacila e volta à zona de risco
Com um ataque diferente, improvisando Yony González no comando, o PSC fez um bom começo diante do CRB, no estádio Rei Pelé, sexta-feira à noite. Sustentou uma boa intensidade de marcação e não permitiu ao CRB ultrapassar suas linhas defensivas. Além de defender bem, o time chegava com perigo pelos lados. Foi assim que abriu o placar aos 20 minutos, em jogada rápida de Borasi, dando passe primoroso para Jean Dias marcar.
Até aí o PSC foi muito bem na partida. Cabe dizer que, aos 15 minutos, Borasi já havia balançado as redes, aproveitando um rebote do goleiro Mateus Albino. Pena que o lance foi anulado pelo VAR sob alegação de impedimento na origem da jogada.
As coisas mudariam de figura a partir dos 20 minutos finais do 1º tempo, quando o recuo excessivo permitiu o empate e depois a virada do CRB de Hélio dos Anjos. O mau desempenho dos zagueiros e a pífia marcação dos volantes ajudaram a complicar um jogo que até então era favorável ao PSC.
Quando Anselmo Ramon empatou, aos 38 minutos, aproveitando uma bola que veio de um escanteio, o confronto ficou equilibrado também quanto à atitude das equipes. O PSC tentou se reorganizar, saindo pelos lados, com Jean Dias e Borasi, ambos muito bem na partida, mas sentindo falta de um trabalho consistente de criação no meio.
Aos poucos, o CRB conquistou espaço na intermediária do PSC e passou a impor um volume de ações que quase levaram ao segundo gol ainda na primeira etapa. A zaga bicolor cometia erros seguidos. Anselmo Ramon e Léo Pereira perderam boas oportunidades.
Para a etapa final, o Galo veio mais afoito, buscando o ataque e arriscando chutes de média distância. A virada aconteceu logo aos 9 minutos. Hereda foi lançado pela direita, entrou na área e disparou um chute forte, que ainda desviou no zagueiro Carlão.
Aos 14 minutos, quando o PSC ainda buscava se recompor do gol sofrido, a zaga vacilou outra vez e o CRB ampliou. Carlão rebateu mal e a bola caiu nos pés do meia Gegê, que lançou Labandeira. Este bateu colocado e rasteiro no canto direito da trave de Matheus Nogueira.
Com Val Soares no lugar de Netinho e Cazares substituindo Robinho, o PSC ganhou mobilidade no meio e passou a forçar o jogo entre as linhas do CRB. A 15 minutos do final, Val descolou um passe perfeito para Ruan Ribeiro, que tocou para Borasi só desviar para as redes.
Por alguns instantes, o jogo ficou aberto, com o PSC investindo em busca do empate. Ainda houve uma chance para o empate, mas o goleiro se antecipou e cortou. Por reclamação, o técnico Márcio Fernandes foi expulso. A nova derrota empurra o Papão de novo para as proximidades do Z4, na 15ª colocação.
Bola na Torre
O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em pauta, as análises dos jogos de PSC e Remo nas Séries B e C, respectivamente. A edição é de Lino Machado.