Matheus Miranda
Duas partidas realizadas pela Série C do Campeonato Brasileiro desta temporada foram suficientes para que o Clube do Remo ficasse com a pulga atrás da orelha em relação ao seu projeto de classificação para o quadrangular decisivo e, posteriormente, ao acesso à segunda divisão nacional sem sustos. Após duas derrotas seguidas na competição com exibições vergonhosas a agonia por estar na parte de baixo da tabela, com a possibilidade de que em vez da briga ser pelo acesso ela seja contra o rebaixamento, toma conta, principalmente da torcida.
Os jogadores, contudo, tentam manter a confiança. “Agora temos que trabalhar. Foi a segunda derrota seguida. A gente sabe que temos totais condições de classificar. Temos que trabalhar e aproveitar porque temos mais um jogo em casa”, comentou o lateral-direito Lucas Mendes.
Mas o Fenômeno Azul, até então otimista em uma arrancada positiva na Terceirona, não consegue, pelo menos por enquanto, ter todo esse ânimo, até pela terra sem lei no sistema defensivo azulino, do qual Lucas Mendes faz parte. Até aqui, o time é o dono da pior defesa com cinco gols sofridos, média superior a um tento balançado na sua rede por jogo, algo que retrata fielmente a instabilidade azul-marinho no gramado. A bronca, contudo, não para por aí.
A limitação no setor de resguardo é idêntica ao aperto na hora do arremate. Tanto no embate contra o São Bernardo-SP como o realizado no final de semana (7) frente ao Botafogo-PB, o time comandado por Marcelo Cabo demonstrou certa estranheza na finalização ao se intimidar no momento do toque final, como ficou claro em chance cristalina logo no começo da 2° segunda rodada com Jean Silva depois de driblar o goleiro e fazer o mais difícil, nas raras jogadas trabalhadas que findaram em lances de perigo.
Essa fragilidade dos fundamentos em virtude de um capricho mais apurado só não preocupa mais do que um fator que já acendeu ao máximo o alerta vermelho: a queda drástica de rendimento dos jogadores. Com exceção de Muriqui, todos os atletas têm oscilado nas quatro linhas, como é o caso do goleiro Vinícius, inseguro nas bolas paradas, e de Leonan e Pablo Roberto, com abatimento a cada jogo disputado nesta edição de Série C.
Ciente da sua responsabilidade e que somente uma mudança completa de postura fará com que o Clube do Remo mude o quanto antes a sua moleza, Marcelo Cabo destaca. “Essa semana cheia estava no nosso prognóstico de ter pelo menos 4 pontos para equilibrar o elenco, mas vamos entrar com zero ponto na competição. Mas eu continuo muito acreditando no nosso trabalho. É o primeiro momento que estamos com esses problemas dessa magnitude. O que sai desse momento é silêncio e trabalho. Quem trabalha no Remo, tem que ter a costa larga pra sair dessa cobrança e reverter isso a partir do próximo domingo”, diz.