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Jogadores do Remo garantem que vão encarar a pressão e negam estarem "fugindo da torcida"

Tylon Maués

A diretoria do Clube do Remo divulgou ontem os preços de ingressos para o jogo contra o Ypiranga-RS, às 19h deste sábado (29), no Mangueirão, pela 15ª rodada da primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro. Os valores dos bilhetes diminuíram para tentar levar mais gente ao estádio estadual, que será liberado em metade de sua capacidade. Os preços custam R$ 20 arquibancada, R$ 40 cadeira e R$ 50 o camarote, com os bilhetes sendo comercializados nas lojas oficiais do clube e também pela internet. Os valores estão consideravelmente abaixo dos cobrados nas últimas duas partidas do Leão Azul em Belém: Paysandu (R$ 50 e R$ 100) e o Operário-PR (R$ 30 e R$ 60).

Na 17ª posição com 14 pontos, o time azulino tem cinco jogos pela frente para fugir do rebaixamento para a terceira divisão. Dessas partidas, três delas serão em Belém. Por enquanto, apenas o confronto contra o Ypiranga está confirmado no estádio estadual, enquanto que Volta Redonda-RJ (06/08) e Altos-PI (27/08) ainda estão marcados para o Baenão. Entre os jogadores há a garantia que a mudança nada tem a ver com comentários de que a intenção seria fugir da pressão da torcida.

“Em momento nenhum pensamos nisso. Achava até que o jogo seria aqui. Campo ou local não vão nos atrapalhar. Estamos preparados para todo lugar”, comentou o atacante Ronald. “Se for olhar o retrospecto, não vamos ganhar em lugar algum. Temos que tirar isso da cabeça. O Mangueirão é um lugar muito bom de jogar, com um campo excelente. Temos que pensar em jogar”, completou o azulino.

O lateral-direito Lucas Marques comentou sobre a mudança, garantindo que foi uma escolha feita em conjunto dentro do clube e que teve uma grande motivação: o gramado do estádio estadual, que de fato é o melhor de Belém. “Tudo que se passa aqui é conversado entre todos. Dizem que fomos para o Mangueirão para ficar longe da torcida, mas particularmente não tenho esse problema. O que é certo é que o Mangueirão tem um gramado melhor e isso influencia. O fato de a torcida estar mais longe não influenciou em nada a escolha”.

“Pressão é não ter trabalho, não ter o que dar aos seus filhos, isso é pressão. Aqui a gente faz o que gosta. A torcida está certa em cobrar”, diz Ronald – Foto: Samara Miranda/Remo

Ronald vê a cobrança como algo normal em um time de massa

A menção de tentativa de fugir de uma pressão maior foi totalmente rechaçada pelos jogadores do clube azulino. “Quem não tem capacidade de aguentar pressão de torcida não pode jogar futebol”, vaticinou o experiente zagueiro Diego Ivo, que volta ao time após cumprir suspensão automática. Segundo ele, a preocupação tem que ser em tirar o time do lugar em que se encontra, o que só acontecerá com vitórias, o que consequentemente diminuirá a distância entre a equipe e a arquibancada.

“O torcedor é forte na cobrança e no apoio, e no Remo é assim. Nós temos que nos preocupar em fazer um bom jogo, independente de qualquer coisa. Estamos adaptados a isso e temos que trazer o torcedor para o nosso lado para incomodar o adversário”, disse. “Nós precisamos vencer o jogo independente de onde vamos jogar. Se fosse para jogar no Baenão teríamos que vencer. Se for no Mangueirão, temos que vencer também. Mantém. Temos que vencer. Precisamos dos três pontos. Além de buscar os pontos para sair da zona, nós ainda sonhamos em chegar lá perto. Se não der para classificar, mas que a gente deixe o Remo em uma situação confortável. Precisamos dessa vitória contra o Ypiranga e vamos procurar fazer”, completou Diego Ivo.

Aos 20 anos, Ronald não ignora a pressão que existe no dia a dia, ainda mais para alguém criado no clube. No entanto, deixa claro que quem está no Baenão tem que saber encarar a situação para recuperar o Leão Azul para fugir da queda para a quarta divisão. “É normal essa cobrança quando um time grande não está bem. Temos que estar preparados para tudo. Pressão é não ter trabalho, não ter o que dar aos seus filhos, isso é pressão. Aqui a gente faz o que gosta. A torcida está certa em cobrar e não vejo pressão alguma. Particularmente não vejo dessa forma”.