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João Fonseca estreia no Rio Open; veja horário e onde assistir

Acompanhe a ascensão de João Fonseca, que se tornou uma sensação no tênis nacional após vitórias impressionantes.

Leia sobre a derrota de João Fonseca no Rio Open 2025 para o francês Alexander Muller. Entenda como foi o jogo.
Leia sobre a derrota de João Fonseca no Rio Open 2025 para o francês Alexander Muller. Entenda como foi o jogo.

Com apenas 18 anos, João Fonseca já “estourou” a bolha do tênis no Brasil em cerca de um ano de carreira profissional. O jovem talento deu os primeiros sinais de sua precocidade ao avançar às quartas de final do Rio Open no ano passado. Desde então, o seu nome “caiu na boca do povo” e, até mesmo, estrelas do esporte não pouparam elogios sobre a sensação brasileira. Um ano depois, ele chega ao torneio carioca, marcado por projetar talentos no circuito, como Carlos Alcaraz, sob o status de um fenômeno geracional com o título inédito de nível ATP na bagagem (Buenos Aires) e top 70 do ranking (melhor brasileiro como 68º).

A vitória sobre o top 10 Andrey Rublev-RUS no Australian Open fez com que João atingisse outro patamar dentro e fora das quadras. Exemplo disso é que o dia 15 de janeiro foi o de maior pico de menções a ele na história ? 54,2 mil no X, em notícias, blogs, Reddit, páginas abertas do Facebook e perfis selecionados no Instagram. Na mídia especializada, o site Tenis News registrou recorde de audiência: 1,8 milhão de pageviews em janeiro. No último domingo, a comoção foi tanta que a transmissão da final na Argetina deixou de ser exclusiva em um streaming para também passar na TV fechada. Nas ruas e bares ao redor do Brasil, a bola amarela experimentou o ambiente do futebol em um clássico domingo de futebol.

– Nós da organização vimos o João crescer dentro do Rio Open. Ele viveu o evento desde a primeira edição, quando ainda era um menininho. A gente dava credencial para ele poder acessar à sala dos jogadores e assistir aos jogos. É até difícil acreditar que aquela criança é, hoje em dia, uma estrela mundial do tênis que pode mudar a trajetória do esporte no país, como foi com o Guga – destaca Lui Carvalho, diretor do torneio.

A relação praticamente familiar entre o carioca e o Rio Open é um tempero a mais na badalação e expectativa em torno da construção, ao que tudo indica, de um ídolo do esporte nacional. Em um torneio que já recebeu astros do tênis como o multicampeão Rafael Nadal, a surpresa por tamanha euforia e procura por um atleta da casa mostra que o tênis brasileiro pode se beneficiar dos impactos de uma verdadeira “mina de ouro” em suas mãos.

– Eu tenho experiência com outros eventos lá fora, mas a febre que está aqui (no Rio) eu realmente não tinha vivenciado antes na minha vida. De pegar um motorista de Uber que fala de tênis, do porteiro do prédio, pessoal na praia perguntando do João Fonseca. Pode parecer besteira, mas eu ir em uma festa e ser reconhecido como diretor do Rio Open. Tomou uma proporção realmente gigantesca – destaca Lui.

Quem também percebeu o aumento do interesse brasileiro pela bola amarela após o crescimento do jovem tenista foi João Lucas Reis, que participou do qualifying desta edição do Rio Open. Ele conta que se surpreendeu ao ser questionado sobre assuntos da modalidade durante uma conversa casual em um transporte particular:

– O motorista de aplicativo me viu com a raquete e começou a falar de tênis, que o (Alexander) Zverev viria ao Rio Open. E eu logo pensei: “Caramba, como ele sabe quem é o Zverev?”. Não estava falando do Neymar, então, isso é muito legal, (o tênis) está mais popular, o que é algo mais comum na Argentina. Quanto mais gente jogando, mais gente tem para despontar também. É motivador ver que o Fonseca está fazendo todo mundo ligar a TV para assistir aos seus jogos.

Apesar da pouca idade, João está seguindo o caminho de ídolos geracionais que influenciam uma legião de fãs, principalmente crianças e adolescentes, como referência no esporte. É o caso da família Pereira, que marcará presença no Rio Open pelo terceiro ano consecutivo e conta as horas para acompanhar de perto a estreia do seu jogador favorito. O pai Hilton Jorge sente que os filhos Pedro,13, e Felipe,16, estão mais empolgados nas aulas do Feijão Tênis Clube ao terem alguém para se inspirar no tênis brasileiro: – Eles passam a acreditar que é possível se tiver dedicação. Como o João é aqui do Rio, já viram ele bater bola de perto, é muito mais próximo da realidade deles, e mostra que não é só tenista lá de fora que tem futuro.

Além das escolinhas, o crescimento do jovem talento se reflete no consumo do esporte. Responsável pela loja Pró-Tênis, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, Eliana Drummond ressaltou o aumento na procura por equipamentos, especialmente entre iniciantes, o que é mais um impacto do sucesso do brasileiro na nova geração de tenistas.

Pela primeira vez em defesa de pontos no ranking, já que fez quartas de final no Rio Open do ano passado, João estreia, nesta terça-feira, contra o francês Alexandre Muller (60º). Nesta segunda-feira, sob gritos em seu nome, ele recebeu o calor do público que lotou seu primeiro treinamento no saibro carioca, ao dividir quadra com o alemão Alexander Zverev (2º).

A estreia de João Fonseca contra Alexandre Müller, nesta terça-feira (18), terá transmissão ao vivo do SporTV (TV fechada) a partir das 21h.

Texto de: Lucas Ribeiro e Tatiana Furtado (AG)