Bola

Hélio dos Anjos vive momento especial na carreira pelo Paysandu

Nildo Lima

“Foi a situação mais linda e mais emocionante que eu passei na minha vida.” Foi desta maneira que o técnico Hélio dos Anjos, de 65 anos, 37 deles como treinador, definiu a festa feita pela torcida, formada por mulheres, principalmente, e menores de até 16 anos, no jogo de domingo, na Curuzu, contra o Pouso Alegre-MG. Em seu depoimento, Dos Anjos relembrou grandes momentos que ele já vivenciou no futebol, dentro e fora do país, em um comparativo com o que ocorreu na penúltima apresentação do Papão na 1ª fase da Terceirona.

“Já participei de tantos eventos de futebol na minha vida. Tive uma decisão da Copa da Ásia com a Arábia Saudita, com 97 mil pessoas em Jacarta, na Indonésia, uma loucura. Vários jogos com Goiás-GO e Bahia-BA, com 90 mil pessoas em 1999. Mil e uma situações. Vou ser bem sincero, foi a situação mais linda e emocionante que eu passei na minha vida. A torcida feminina e as crianças do Paysandu mostram o que é o Paysandu”, disse o técnico, recomendando ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) adotar esse tipo de punição aos clubes cujos torcedores se envolvam em brigas no estádio, como ocorreu com parte da torcida do Paysandu.

“Acho que o STJD tinha que fazer isso em todas as perdas de mando de campo para dar uma demonstração que futebol se faz com alegria, com pessoas educadas”, apontou Dos Anjos. O comandante bicolor enalteceu a importância de mulheres de destaque na campanha para lotar a Curuzu. “Essa instituição foi abraçada pelas mulheres paraenses. Acredito que tinham mulheres que não eram torcedoras do Paysandu. A festa tomou uma dimensão com participações de mulheres influentes, como a Fafá de Belém e a primeira-dama do estado. O mais importante foi a leveza do ambiente”, comentou.

Dos Anjos agradeceu as torcedoras bicolores que não mediram esforços para apoiar o time no jogo da classificação. “Quero agradecer imensamente as mulheres do Paysandu e as crianças. São mais de 40 anos de futebol, nunca vi uma coisa tão linda. Não acreditei que tudo aquilo ali eram mulheres e crianças”, salientou Dos Anjos, cuja a carreira de treinador foi iniciada em 1986, dirigindo o Joinville-SC, após ele encerrar a carreira de goleiro no mesmo clube.