QUEM DIRIA...

Grandes clubes do Rio se recuperam e voltam a dar as cartas

E a temporada 2024 parece consolidar uma nova fase de protagonismo dos quatro grandes do Rio

E a temporada 2024 parece consolidar uma nova fase de protagonismo dos quatro grandes do Rio Foto: Flamengo/divulgação
E a temporada 2024 parece consolidar uma nova fase de protagonismo dos quatro grandes do Rio Foto: Flamengo/divulgação

 O torcedor já se acostumou com os altos e baixos do futebol carioca, que foi do auge nos anos 1980 à perda de competitividade no começo dos anos 2000. Agora, a roda girou mais uma vez. E a temporada 2024 parece consolidar uma nova fase de protagonismo dos quatro grandes do Rio, que se mantêm vivos nas três principais competições do calendário.

As classificações de Flamengo e Vasco às semifinais da Copa do Brasil proporcionaram um feito inédito neste século. Pela primeira vez, os três torneios chegam à reta final com mais de um carioca entre os candidatos ao título. E não por que dois times vivem boa fase, como já aconteceu em anos anteriores. Todos os quatro seguem sonhando com, ao menos, uma das taças.

No Brasileiro, o Botafogo ocupa o primeiro lugar. O Flamengo, que já liderou, é o quarto. Esta é a terceira edição seguida que dois cariocas ocupam o G6 – e a quarta em cinco anos.

Aqueles com a memória em dia vão lembrar de 2011, quando o Vasco faturou a Copa do Brasil e, ao lado da dupla Fla-Flu, brigou pelo título brasileiro. O Corinthians acabaria campeão, mas o trio formou o G4 com o time paulista. Mas o Botafogo ficou fora das disputas. Além disso, nenhum carioca chegou ao top-8 da Libertadores.

Este ano, o alvinegro não só lidera o Brasileiro como é um dos oito remanescentes na Libertadores, ao lado de rubro-negros e tricolores. Os confrontos das quartas de final começam na próxima semana.

A Copa do Brasil já teve uma final entre Flamengo e Vasco, vencida pelos rubro-negros, em 2006. Nas semifinais, o futebol do Rio ainda contou com o Fluminense. Mas, naquele ano, a força carioca se limitou ao torneio. No Brasileiro, ninguém chegou perto da briga pelo título. E a Libertadores não teve nenhum time da cidade.

É verdade que a fase atual é vivida de formas distintas por cada um dos quatro. O Flamengo colhe os frutos de ter o maior orçamento do futebol brasileiro e protagoniza as principais competições nos últimos cinco anos.

Já o Botafogo virou a página ao ter sua SAF comprada pelo americano John Textor. O empresário implantou um novo projeto para o futebol, tem investido pesado em reforços desde o ano passado e conseguiu elevar o nível técnico do time.

O alvinegro chegou perto do título brasileiro em 2023. Mas as instabilidades na condução do futebol o levaram a uma queda livre de rendimento. Este ano, com o técnico Arthur Jorge, tem se mostrando mais estável.

O Fluminense deu seu salto em 2022, com a chegada de Fernando Diniz. O treinador foi responsável por um ciclo de futebol envolvente e vencedor, com direito à conquista da Libertadores do ano passado. Agora, Mano Menezes tenta reerguer o time, que faz a segunda melhor campanha do returno do Brasileiro, e mostrar que o sucesso em campo não era restrito à Era Diniz.

Dos quatro, o Vasco é o que deu o salto mais recente. O trabalho com Rafael Paiva encaixou, e o cruz-maltino não só avançou na Copa do Brasil como subiu para a metade de cima da tabela do Brasileiro. Mas ainda é cedo para arriscar previsões de médio prazo.

Certo é que, se a fase dos clubes seguir assim, em breve o torcedor carioca terá grandes confrontos. Na Copa do Brasil, Flamengo e Vasco podem reeditar a decisão de 16 anos atrás. Antes, vão precisar passar, respectivamente, por Corinthians e Atlético-MG.

Na Libertadores, Flamengo, que enfrenta o Peñarol-URU nas quartas, e Botafogo, que encara o São Paulo, podem ficar frente a frente na semifinal. Na decisão, quem avançar neste eventual confronto pode disputar o título com o Fluminense, que na fase atual pega o Atlético-MG. Isso sem contar que rubro-negros e alvinegros ainda podem travar uma disputa acirrada nas rodadas finais do Brasileiro.

Texto de: Rafael Oliveira (AG)