
Anunciado pelo Clube do Remo nesta segunda-feira (22), o técnico Guto Ferreira, de 60 anos, chega com uma vasta bagagem no futebol nacional — e também com um apelido que o acompanha há mais de uma década: “Gordiola”. A alcunha, inspirada no técnico espanhol Pep Guardiola, surgiu como forma de elogio ao seu estilo de jogo e ganhou popularidade durante sua passagem pela Ponte Preta, quando conquistou o acesso à Série A.
Em entrevista à ESPN, Guto relembrou com bom humor a origem do apelido, que se consolidou em sua carreira especialmente na primeira passagem pelo Bahia. “Eu passava a ideia de um cara mais fechado, mais bronco, e o apelido me humanizou”, comentou. “Gratidão ao [jornalista] Flávio Prado, que na época da Ponte lançou esse apelido. Só trouxe benefícios.”
Apesar de lidar bem com o apelido e com o carinho dos torcedores, o técnico também aproveitou para fazer um desabafo sobre o preconceito relacionado à sua aparência física. Segundo ele, o rótulo muitas vezes impede o reconhecimento do seu trabalho por parte de clubes da elite do futebol brasileiro.
“Eu não posso ser encarado pela minha imagem física, até porque eu não jogo. Eu tenho que ser visto pela qualidade do meu trabalho”, afirmou. “Infelizmente, dentro do futebol, é muito fácil as pessoas rotularem as outras. E muitas vezes, achando que estão sendo positivas, acabam prejudicando.”
Guto já comandou equipes como Bahia, Ceará, Coritiba, Chapecoense, Ponte Preta, Portuguesa e outras. Agora, assume o Remo na reta final da Série B, com a missão de recolocar o clube nos trilhos e buscar uma reação na tabela.