O futebol brasileiro vive um momento de transição também fora das quatro linhas. A figura do executivo de futebol, antes restrita a poucos nomes com carreiras longas, hoje abre espaço para profissionais da nova geração, que chegam com ideias diferentes, mas enfrentam os mesmos desafios: conciliar resultados esportivos e equilíbrio administrativo. Em Belém, esse contraste fica evidente quando se observa os dois principais clubes da capital.
De um lado, o Clube do Remo apostou em um nome consolidado: Marcos Braz, dirigente com vasta trajetória no Flamengo, onde acumulou títulos nacionais e internacionais, agora lidera o projeto azulino em busca do acesso à Série A. Sua chegada simboliza a confiança na experiência de quem já superou pressões e tomou decisões de grande impacto em um dos maiores clubes do país.
Do outro, o Paysandu confiou sua gestão de futebol a Carlos Frontini, que iniciou há pouco a caminhada fora dos gramados. Ex-jogador, ele soma passagens como CEO do Marcílio Dias e executivo do Vila Nova, e hoje encara o maior desafio de sua ainda trajetória ao comandar o planejamento do bicolor.
Esse movimento mostra como o mercado brasileiro valoriza tanto a vivência quanto a renovação. A presença de executivos de diferentes perfis demonstra que o futebol exige repertório, mas também capacidade de adaptação. E é nesse cenário que surge o exemplo de Eduardo Grassi, atual executivo do São Joseense-PR, que representa a força da nova geração na gestão esportiva.
A Nova Geração na Gestão Esportiva
Grassi, enxerga o cargo de forma ampla. “O papel do executivo é muito abrangente na minha visão, obviamente que é definida de acordo com a estrutura do clube em si, mas na minha opinião o executivo é a peça da engrenagem que tem que garantir o sucesso do campo assim como também das finanças do clube, e isso engloba muitas coisas além do mercado em si”, afirma. Sua trajetória já reúne experiências de impacto. Em um dos estaduais mais competitivos do país, com um orçamento modesto, conseguiu reorganizar o elenco, promover mudanças e levar o clube ao G-8, garantindo vaga na Série D.
O dirigente também reforça a importância do processo coletivo e da resiliência em um calendário desafiador. “Acredito que venho evoluindo dia a dia, junto com nossa equipe que já está se estruturando para a próxima temporada que será mais longa devido ao bom resultado da atual”, destaca. Para ele, os obstáculos são claros, mas não insuperáveis: “Creio que seja um empecilho pro mercado brasileiro em geral, o calendário, que é muito discutido, mas que dificilmente seja encontrada alguma saída que resolva o problema de 100% dos clubes, e o maior aliado é e sempre vai ser o trabalho, dia a dia dando o melhor pela instituição”, aponta.
O futuro dos clubes
Entre nomes experientes e novos profissionais, a função de executivo de futebol se mostra cada vez mais essencial para o futuro dos clubes. O equilíbrio entre gestão, resultados e visão estratégica aponta para um caminho onde a experiência é valiosa, mas a renovação também tem espaço para transformar realidades e abrir novas perspectivas para o futebol brasileiro.