Bola

Gerson Nogueira vê Paysandu confiante na arrancada rumo à Série B

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Para confirmar as expectativas

Na edição passada da Série C, o PSC fez uma campanha brilhante na fase de classificação e terminou com a pontuação máxima, ao lado do Mirassol. Quando entrou no quadrangular, o time caiu drasticamente e terminou como lanterna de seu grupo. A decepção calou fundo nos corações bicolores. Com uma trajetória menos vistosa neste ano, o time entra na fase de grupos cercado de uma forte dose de confiança.

A direção técnica talvez explique o otimismo do torcedor. Hélio dos Anjos, de estilo marcante e ruidoso, operou quase um milagre ao assumir a equipe. O Papão mudou por completo. Deixou as últimas posições e iniciou uma arrancada que culminou com a classificação antecipada.

Hélio, é bom dizer, voltou ao PSC anunciando que chegava para conquistar o acesso. Bravata ou não, o certo é que a promessa tem sido cumprida à risca até aqui. O time só fez crescer desde a primeira vitória sob seu comando, sobre o Amazonas, em Manaus.

Além da firme disposição em acumular pontos, a equipe passou a mostrar qualidades que não eram notadas sob a direção de Marquinhos Santos, o ex-treinador. Jogadores que rendiam pouco passaram a protagonistas, como o meia Robinho, que virou figura fundamental com Hélio.

Com força e intensidade, virtudes que o técnico apontava como necessárias para reerguer o time, o Papão se consolidou como um postulante real ao acesso. Antes, era respeitado pela história e pelo alto investimento, mas não pelo rendimento em campo.

Diante do Volta Redonda, hoje à tarde, na Curuzu, novamente jogando para uma torcida especial – mulheres, crianças e adolescentes – a expectativa é muito alta. Pela objetividade demonstrada pelo time, capaz de vencer até jogos complicados em casa, espera-se um espetáculo pleno de vibração e conexão entre time e torcida.

Cenário perfeito para uma arrancada vitoriosa rumo ao sonhado acesso.

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa na RBATV, a partir das 22h, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. Em destaque, a estreia do Papão no quadrangular da Série C. A edição é de Lourdes Cezar.

Pesquisa inédita expõe a mancha do racismo no futebol

A iniciativa sobre diversidade, idealizada pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com CBF e Nike, divulgou na quinta-feira os resultados de uma pesquisa junto a 508 profissionais do futebol brasileiro sobre raça, religião, orientação sexual e origem. O documento, pioneiro em seu escopo, resulta de dados coletados entre julho e agosto, com atletas, técnicos e arbitragem das Séries A e B do Brasileiro masculino, além das Séries A1 e A2 do feminino na temporada de 2023.

Em um país de população majoritariamente (56%) negra, é assustador que 41% dos profissionais da bola tenham sofrido racismo no exercício de suas atividades. Os ataques oriundos de torcidas em estádios (53,9%) e redes sociais (31%) mostram a necessidade de campanhas educativas e mais rigor nas punições. Entre os entrevistados, 11,4% afirmaram ter sofrido discriminação racial em centros de treinamentos e concentrações.

A pesquisa destaca os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAP+ no futebol. Apenas 1% dos homens entrevistados se declaram homossexuais ou bissexuais, contrastando com as estimativas nacionais e internacionais que sugerem representação de 8,5% na população.

Do total de entrevistados, 28% são mulheres. Desse número, 57% são atletas e 35% ocupam cargos no futebol feminino. Apenas 8% delas atuam no masculino. Em contrapartida, 18% dos homens trabalham nas divisões do Brasileiro Feminino. Quase metade – exatamente 45% – dos que atuam nas Séries A1 e A2 do campeonato feminino são homens. Este recorte evidencia a urgência de esforços para qualificar e incentivar a abertura de espaço para mulheres em cargos de liderança e direção.

Copa do Brasil sub-20 é laboratório para Kanu

Vinícius Kanu, 20 anos, é a maior revelação de atacante centralizado que a base do Remo produziu nos últimos anos. Chegou a ser aproveitado no time principal, no Campeonato Estadual deste ano, ainda sob o comando do técnico Marcelo Cabo. Atuou cinco vezes na competição e marcou três gols. No Brasileiro da Série C entrou apenas três vezes, com o jogo em andamento, não tendo tempo suficiente para fazer gol.

Na despedida do Remo, contra o Altos, no Baenão, a vitória teve participação direta dele. Rápido, recuperou a bola e deu assistência primorosa para Gustavo Buchecha definir o lance do terceiro gol azulino.

De volta à base, para reforçar a equipe, Kanu tem sido fundamental na excelente campanha do Leãozinho na Copa do Brasil Sub-20. O Remo lidera a classificação e está a um passo de avançar à próxima fase.

Com três gols em dois jogos no torneio, Kanu mostra maturidade técnica e se consolida como o artilheiro que o Remo pode preparar para 2024. Tempo não falta para isso. Tudo passa a depender da boa vontade do comandante – que pode ser Ricardo Catalá novamente.