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Gerson Nogueira: 'Uma régua para o VAR da CBF'

Foto: Fernando Torres / CBF
Foto: Fernando Torres / CBF

Uma régua para o VAR da CBF

O nível das arbitragens no Brasil é reconhecidamente ruim. Há tempos. Erros que se perpetuam, insegurança crônica dos árbitros em jogos de times muito populares – Flamengo e Corinthians – e critérios diferentes para interpretar lances parecidos. A rodada de domingo do Brasileiro da Série A trouxe gritantes erros de apitadores.

No jogo Grêmio x Fluminense, o zagueiro Nino levou um pisão dentro da área gremista e o árbitro mandou o jogo seguir. Ele pode até não ter visto o lance direito, mas isso não o exime da responsabilidade de assinalar o pênalti claro. Até porque há o VAR, instrumento que serve justamente para corrigir eventuais omissões do árbitro de campo.

Mais grave ainda foi o duplo erro no lance que definiu o jogo Flamengo x S. Paulo, no Maracanã. O lateral do Flamengo entrou na área, adiantou a bola e, diante do iminente contato com um defensor, dobrou as pernas antes do choque de raspão. A queda foi teatral. Um lance comum, que acontece tantas vezes.

O árbitro de vídeo entrou em cena não para rever o lance, mas para verificar se teria ocorrido impedimento na origem do lance. As linhas foram traçadas e a imagem exibida ao público indicava impedimento do jogador Luiz Araújo, adiantado em relação à última linha.

A jogada deveria ser anulada, claro. Para surpresa geral, a lógica foi invertida e o que era uma linha indicando impedimento apareceu depois como indicativa de lance legal. A linha do VAR surge torta, fora dos 90 graus, em relação à marca da grande área, o que redobra o absurdo.

A linha mostrando o pé de Araújo à frente foi a primeira a ser mostrada na transmissão da TV. De repente, surgiu uma linha tracejada indicando posição regular. Na comparação visual com a linha da grande área é flagrante o avanço dele em relação aos demais jogadores.

Uma dupla lambança num lance de fácil observação, principalmente para o VAR, que existe para esclarecer dúvidas. Acontece que, repito, em jogos de times de grandes torcidas, o VAR brasileiro briga com os fatos e com a lógica. Até linhas de impedimento são entortadas para favorecer uma tese.

É assombrosa a quantidade de erros no Brasil se comparada ao VAR no resto do mundo. Os jogos da Liga Inglesa são um primor no uso do árbitro de vídeo. Não há lance duvidoso que não seja esclarecido.

No fim das contas, o que incomoda é ver o impedimento não punido. E, mesmo se não houvesse o offside, o pênalti não aconteceu. Falhas primárias que se repetem a cada rodada e já nem despertam atenção, pois a frequência vai se encarregando de anestesiar as consciências.

 

Quando uma contratação simboliza o descalabro

Há duas semanas, o Remo anunciou a contratação do atacante Thiaguinho como reforço para as quatro partidas finais da fase de classificação. Ninguém entendeu o motivo da vinda de um jogador que passou pelo clube na Série C 2022 e participou de apenas duas partidas.

Alguém na Diretoria de Futebol do Remo deve estar com amnésia ou miopia. O atacante não fez nada de relevante que justificasse ser trazido de volta. Ocorre que, apesar do anúncio, Thiaguinho simplesmente não entrou até agora em nenhuma partida, nem sequer foi relacionado.

As chances de que o contratante justifique a aquisição são os dois jogos que restam, contra CSA e Altos. Thiaguinho corre o risco de virar enjeitado, como Laranjeira, que entrou em apenas um jogo – contra o Botafogo-PB.

O Remo decepcionou nesta Série C, transformando-se de time cotado para brigar pelo acesso em reles coadjuvante, sempre atormentado pelo risco de rebaixamento. Vai escapar da queda porque Ricardo Catalá, substituto de Marcelo Cabo, fez com que o time ganhasse até aqui 21 pontos.

 

Apoiar governos extremistas é normal para Neymar

Neymar vai ganhar algo em torno de R$ 1,5 bilhão em dois anos de contrato com o Al-Hilal. Um caminhão de dinheiro difícil até de visualizar. Com isso, ele abre mão em definitivo dos planos de ganhar o troféu de Melhor do Mundo e desiste da dureza dos campeonatos de alto nível.

Para quem já abriu mão da glória de jogar no Barcelona, não chega a surpreender o desligamento dele em relação ao PSG. Como também não é novidade para Neymar apoiar governos extremistas, como fez durante o período bolsonarista no Brasil.

 

Arbitragem brasileira criticada na Copa Feminina

A Suécia foi eliminada pela Espanha na Copa do Mundo Feminina, perdendo por 2 a 1 em jogo muito equilibrado, mas a atuação da árbitra Edina Batista foi muito contestada pelas suecas. Edina, de fato, tomou decisões quase sempre favoráveis ao time espanhol, fazendo vista grossa ou invertendo faltas – mais ou menos como faz quando apita no Brasil.

A armadora Johanna Kaneryd foi contundente nas críticas à Edina e afirmou que a árbitra “ria” das atletas suecas quando questionada. A árbitra parecia mais conciliatória e compreensiva com as espanholas e paralisou lances importantes, acatando as reclamações delas.

 

Adeus a um ex-atleta azulino

A coluna é dedicada ao amigo Jorge Ronaldo da Silva Marques, o Ronaldo Bolinha, ex-atleta da base do Remo. Era um moleque bom de bola. Desistiu do futebol para se dedicar aos estudos. Após longa enfermidade, ele partiu ontem, aos 54 anos, data do aniversário de reorganização do Leão Azul. Ronaldo foi sepultado com a bandeira azulina sobre o caixão.