Bola

Gerson Nogueira: 'Teste valioso para Papão e Lusa'

Foto Wagner Santana/Diário do Pará.
Foto Wagner Santana/Diário do Pará.

A única utilidade de fazer amistoso a poucos dias de uma competição é a chance de ajustar e definir times. Nesse sentido, as comissões técnicas de PSC e Tuna tiveram bons motivos para comemorar o clássico de ontem à noite, na Curuzu, vencido pelos bicolores por 2 a 1.

Antes de a bola rolar, o elenco do Papão foi chamado para entrar em campo e ser apresentado à torcida. Um gesto que amplia ainda mais a aproximação já estabelecida no amistoso de sábado, em Barcarena.

Com a bola rolando, o atacante Edinho abriu o placar aos 17 minutos do primeiro tempo, expressando a ligeira superioridade do Papão na partida no período inicial. Na segunda etapa, após uma meia pressão dos cruzmaltinos, Jayme empatou aos 33 minutos. A vitória alviceleste veio aos 36’ em cabeceio fulminante do ala Lucca Carvalho.

Como era previsível, a partida foi disputada em ritmo mais lento e com os cuidados normais das equipes em relação a lances mais bruscos. Apesar disso, a distribuição da equipe bicolor em campo mostrou um time mais determinado e qualificado ofensivamente.

A Tuna se mostrou muito aplicada na defesa, a partir da liderança do experiente Marlon, e boa marcação de meio-campo, com Jonathan e Fazendinha fazendo a ligação com o ataque. Chegou a equilibrar as ações no 2º tempo, mas um descuido oportunizou o segundo gol bicolor.

O jogo também serviu para que o PSC apresentasse o elenco para a temporada de 2024. Antes do duelo começar, os jogadores do Papão foram chamados ao campo e saudaram o público de 10 mil pessoas no estádio.

O PSC alinhou Matheus Nogueira, titular da Série C. Quem foi à Curuzu observou que a zaga tem Vanderson, Naylhor, Gabriel Bispo e Carlão como jogadores preferenciais de Hélio dos Anjos neste momento.

No meio-de-campo, Val Soares, Leandro Vilela e Biel marcaram presença em meio às substituições providenciadas pelo técnico. No ataque, Hyuri, Juninho, Edinho, Nicolas e Jean Dias foram os mais destacados.

Prêmio Puskás, uma consolação para o Brasil

Para um país que perdeu espaço entre os protagonistas na festa do futebol internacional, soa como consolação o Prêmio Puskás dado a Guilherme Madruga, pelo golaço que marcou pelo Botafogo-PB contra o Novorizontino na Série B do ano passado, mas ninguém pode negar a beleza plástica da jogada.

Humilde, Madruga costuma dizer que não acreditou no que tinha feito. Ficou revendo o vídeo depois do jogo para ter a dimensão do que havia ocorrido. “Meu irmão e eu nos entreolhamos, e eu disse: ‘Mano, eu fiz isso?”.

Ele superou o paraguaio Julio Enciso, do Brighton, que também marcou um belíssimo gol de fora da área contra o Manchester City, pela Premier League, e o português Nuno Santos, do Sporting, que fez um gol de letra contra o Boavista.

Madruga, aos 23 anos, é o terceiro brasileiro a conquistar o Prêmio Puskás. Em 2015, Wendell Lira, então jogador do Goianésia, venceu ao marcar também de bicicleta. Cinco anos antes, Neymar, ainda defendendo o Santos, em 2011, o craque fez uma obra de arte, driblando vários jogadores do Flamengo.

Messi bate recorde, mas prêmio perde credibilidade

Ao mesmo tempo em que saiu consagrado da Copa do Mundo de 2022, com a taça e o status de grande nome do mundial, Lionel Messi parece ter carimbado a condição de intocável. Tudo que diz respeito ao jogo agora precisa necessariamente incluir louvação e tributo a ele. Merecedor, mas suficientemente aquinhoado com muitos lauréis, alguns até injustos – como este The Best.

Virou clichê premiar Messi, como se fosse algo compulsório, porque o argentino está prestes a se aposentar e curte o chamado ocaso da carreira. Um dos melhores jogadores da história, o camisa 10 está absolutamente consagrado, dispensando excessos.

Nesse sentido, o prêmio dado pela Fifa ontem foi recebido com certo enfado pelo mundo do futebol e tira muito da credibilidade da premiação. Pelo simples fato de que, entre 19 de dezembro de 2022 e 20 de agosto de 2023, período demarcatório da premiação, Messi não foi o melhor do mundo.

Erling Haaland, Vinícius Jr., Griezmann e Nicolo Barella foram muito superiores a Messi, que nesse período atravessou um período apagado no PSG. Até mesmo Mbappé não poderia estar entre os três finalistas, mais ou menos pelos mesmos motivos.

É óbvio que Haaland não é um super craque como Messi. Jamais será. Ocorre que as suas conquistas, todas conectadas a vitórias coletivas, o tornam merecedor da distinção.

Pelo menos na escolha da seleção do ano, a Fifa e a Fifpro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) definiram pelo menos um brasileiro entre os melhores de cada posição em 2023. Vinícius Jr., com todos os méritos, foi incluído na seleção do ano.

Vale dizer que o Brasil tinha três representantes entre os finalistas: o goleiro Ederson (M. City), o zagueiro Eder Militão e o atacante Vinicius Jr., ambos do Real Madrid. Só Vini Jr. convenceu os eleitores da premiação.

Sorte do futebol: Copinha também permite zebras

O modesto Aster Itaquá, equipe praticamente desconhecida, derrubou ontem o favoritíssimo Palmeiras das oitavas de final da Copa São Paulo de juniores. Nem tudo está perdido, afinal. Nas últimas edições, ficava sempre a impressão de que só os grandes clubes tinham lugar cativo nas fases principais do torneio.