Bola

Gerson Nogueira: 'Remo com a corda no pescoço'

Foto: Samara Miranda/ascom Remo
Foto: Samara Miranda/ascom Remo

Com a corda no pescoço

A estreia do zagueiro Rafael Castro, contratado nesta semana, é a única atração do Remo para este domingo contra o Ypiranga (RS), no estádio Baenão, pela 9ª rodada da Série C. O defensor nem bem chegou e já ganhou um lugar na defesa, substituindo o titular Ligger, suspenso.

O fato é que a partida é de alto risco, por algumas razões. Primeiro, pelo perigo representado pela torcida, ou parte dela, que demonstrou fúria desmedida na rodada passada, promovendo quebra-quebra nas dependências do estádio e enfrentando a Polícia Militar.

Há também o risco técnico, mais preocupante ainda. Com 7 pontos, o Remo ocupa a 13ª colocação, ameaçado bem de perto por times que estão atrás em pontuação, mas que têm vários jogos a menos – situação de Ferroviário, Aparecidense, São José e Caxias.

O Ypiranga é outro fator de inquietação. O time tem 12 pontos, ocupa a 6ª colocação e tem apenas uma derrota no campeonato. Conta com boa defesa e um ex-azulino, Anderson Uchoa, na marcação. Dificuldade à vista.

No lado azulino, a expectativa é pela repetição do time que tem jogado desde a estreia de Rodrigo Santana. No sistema 3-4-3, o Leão acumula uma vitória e uma derrota. Curiosamente, venceu o Sampaio Corrêa em S. Luís sem merecer e perdeu para o S. Bernardo em Belém de forma injusta.

O aspecto mais importante é a valorização da boa atuação no primeiro tempo diante do S. Bernardo, quando o time controlou o jogo, criou cinco grandes chances, mas falhou na definição. Se atuar com a mesma intensidade, pode alcançar um bom resultado.

Em termos de expectativa dentro da competição, a situação é no mínimo aflitiva. Para fugir ao rebaixamento, o Remo precisa vencer cinco dos 11 jogos que restam. Para sonhar com a classificação ao G8, terá que conquistar pelo menos sete vitórias.

A eterna rivalidade que une, emociona e apaixona

Parece uma contradição, mas é fato que a rivalidade de 110 anos entre Remo e PSC une muito mais do que separa a torcida paraense. A união está na força representada pela paixão em torno das duas bandeiras centenárias. Como em toda saga, um rival depende do outro para existir.

Quase nenhum outro Estado brasileiro cultiva uma relação tão rica com o futebol quanto o Pará. Talvez, em intensidade e fervor, apenas Rio Grande do Sul (Grêmio e Inter), Minas Gerais (Atlético e Cruzeiro) e Bahia (Vitória e Bahia). Não incluo potências como Rio e São Paulo porque lá as rivalidades são pulverizadas entre vários clubes.

A verdade é que ninguém torce e vibra como nós, paraenses. Por modéstia e educação a gente não diz que temos os clubes amados do mundo, mas é assim que é. É preciso ser justo.

Em tempo: o primeiro duelo da rica história de confrontos entre Remo e Paysandu ocorreu no dia 14 de junho de 1914, pelo Campeonato Paraense. Uma vitória azulina por 2 a 1, arrancada por Rubilar, mítico atleta do clube e primeiro a balançar as redes no clássico. O segundo foi de Bayma (contra) e o tento bicolor foi do inglês Matthews.

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 22h, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, a participação dos clubes paraenses que disputam as divisões do Campeonato Brasileiro. A edição é de Lourdes Cezar.

Sobre números e configurações inúteis

“São apenas números de telefone. Os jogadores não ficam nessas posições nem no pontapé inicial”.

Pep Guardiola, sobre os esquemas numéricos que tentam reproduzir a colocação dos jogadores em campo.