Os caminhos da classificação
A dupla Re-Pa demorou a entender a urgência de acumular pontos na Série C. O PSC acordou um pouco antes, há cinco rodadas, quando emplacou uma sequência de três vitórias e dois empates – 11 pontos em 15 disputados. Para isso, foi preciso que a diretoria fizesse a troca de treinador, trazendo o veterano Hélio dos Anjos.
O Remo tardou um pouco mais a pegar no tranco. Até a 13ª rodada vinha capengando e acumulando tropeços, incluindo derrotas em casa, até se reerguer com o empate diante do Náutico no Recife e as duas vitórias em casa, contra Ypiranga e Volta Redonda.
No momento, tanto bicolores quanto azulinos já se encontram livres da ameaça de rebaixamento, sendo que o PSC reúne condições muito mais favoráveis para sonhar com a classificação à fase de quadrangulares.
O Remo, com 20 pontos, depende de um quase milagre: vencer os três jogos restantes, contra Manaus, CSA e Altos. Com isso, chegaria aos 29 pontos da chamada linha de corte para classificação. Não é exatamente impossível, até porque não depende de ninguém, mas a trajetória oscilante do time ainda não permite projeções mais otimistas.
Com duas partidas seguidas programadas para a Curuzu, o PSC tem motivos mais do que merecidos para acreditar na classificação, pois depende exclusivamente de suas forças para garantir um lugar no G8 final. Além disso, desde que Hélio chegou o PSC não perdeu mais.
Em qualquer competição, as rodadas finais são as mais difíceis, pois todos os times têm interesse direto na pontuação, alguns para classificar e outros para não cair. De toda sorte, tanto PSC quanto Remo precisarão cada vez mais contar com opções do elenco, até mesmo jogadores que não costumam ser titulares.
Nas últimas apresentações, o técnico Ricardo Catalá lançou mão de jogadores que não vinham atuando, casos de Jean Silva, Richard Franco e até Buchecha, que entrou nos minutos finais do jogo com o Volta Redonda. Talvez precise recorrer ainda mais ao almoxarifado, levando em conta a possibilidade de lesões e suspensões.
O mesmo vem ocorrendo no PSC, onde Hélio dos Anjos viu-se obrigado a utilizar jogadores que não estavam entre os titulares habituais. Foi assim que Dalberto, Giovani e Kevin foram aproveitados contra o Altos, domingo passado. Dalberto, por sinal, desde que se recuperou de lesão, tem sido um jogador sempre aplicado e impondo forte presença física no ataque.
Ao mesmo tempo, alguns jogadores começam a ficar de lado, superados pela melhor performance dos que entram. No Remo, o lateral-esquerdo Evandro assumiu de vez a posição, deixando Kevin no banco. No meio, Claudinei tem atuado bem, junto ou no lugar de Uchoa.
No PSC, Custódio assumiu um lugar no ataque, deixando Vinícius Leite na reserva. Bruno Alves voltou à titularidade no lugar de Nicolas Careca. São mudanças que refletem o momento de cada jogador e revelam a qualidade de um elenco.
Mobilizada e confiante, Fiel já comprou 5 mil ingressos
Para o primeiro encontro entre os dois times depois da polêmica partida de 2019, quando o árbitro Leandro Vuaden marcou um pênalti inexistente e causou a perda do acesso pelo PSC, a torcida alviceleste mostra-se extremamente motivada.
Além de representar um jogo decisivo na luta entre os dois times para garantir classificação, o jogo terá um aspecto de revanche, embora o clube pernambucano não possa ser responsabilizado pela barbeiragem de Vuaden, que tempos depois admitiu o erro.
Dentro da disputa pela permanência no G8, o PSC pode pela primeira vez ultrapassar o Timbu pernambucano. Com 23 pontos, em caso de vitória, o Papão deixará o Náutico para trás. Um revés, porém, pode significar a perda do oitavo lugar.
Para atiçar ainda mais a torcida, o clube lançou uma promoção estabelecendo o preço de R$ 30,00 (arquibancada) até amanhã – ou enquanto durar o estoque. Até ontem, cinco mil ingressos já haviam sido adquiridos, o que confirma o nível de interesse dos torcedores.
A expectativa agora é pelo julgamento pelo pleno do STJD, marcado para hoje, da punição de dois jogos sem torcida ainda pelos incidentes da partida com o Operário, em Ponta Grossa (PR). Caso seja mantida a pena inicial, o jogo de domingo será de portões fechados.
Surpresas e confirmações marcam a Copa Feminina
Depois que os Estados Unidos e a Alemanha foram eliminados da Copa do Mundo Feminina, abriu-se um cenário de incertezas na competição disputada na Austrália e Nova Zelândia. Dos favoritos de sempre, restam na disputa quatro países: Holanda, Inglaterra, França e Japão. Os demais – Suécia, Espanha, Colômbia e Austrália – têm chances, mas chegaram ao mundial fora da lista dos mais cotados.
A Colômbia, que estava no grupo onde a Alemanha sucumbiu, mostra arrojo e velocidade a partir de uma equipe predominantemente jovem, com algumas jogadoras muito habilidosas, casos de Linda Caicedo e Catalina Usme. Com merecimento, eliminou a Jamaica, algoz do Brasil e dona da melhor defesa do torneio.
De quebra, as colombianas provaram que mesmo sem a badalação que cercou a campanha brasileira é possível ir até além das expectativas. Por outro lado, quem frustrou a torcida (e os apostadores) foi a seleção norte-americana. Alex Morgan e Megan Rapinoe não conseguiram passar pela resiliente Suécia de Asllani e Musovic.
As quartas de final prometem duelos muito interessantes. Suécia x Japão coloca em cena duas escolas radicalmente diferentes. Espanha x Holanda deve ser um confronto essencialmente tático. Já Austrália e França será um embate entre a empolgação das anfitriãs e a experiência das europeias. Já as favoritas inglesas terão a missão de parar a zebra colombiana.