Bola

Gerson Nogueira: 'Precisamos falar do Botafogo'

Foto:  Vítor Silva/Botafogo
Foto: Vítor Silva/Botafogo

Caso vença o Goiás, hoje, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, o Botafogo consolida a campanha 100% e a liderança invicta. Mais ainda: bate o recorde de vitórias consecutivas na competição. Nenhum outro clube conseguiu ir além de cinco vitórias seguidas.

É uma façanha respeitável, como tem sido a própria trajetória do Botafogo no campeonato. Sob descrença geral, até da própria torcida, normalmente ressabiada, o time saiu de uma participação pífia no Campeonato Carioca para um comportamento impecável no Brasileiro.

Pode-se botar isso na conta da velha máxima de que há coisas que só acontecem ao Botafogo. Nesta situação específica, o sentido da frase é positivo. Nem precisa dizer quanto tempo fazia que o Glorioso não brindava a torcida com notícias tão boas.

A liderança não vinha desde o Brasileiro de 1995, do time de Túlio Maravilha e Donizete Pantera, aquele do título brasileiro. Aliás, é uma boa lembrança. Embala os sonhos mais grandiosos da nação alvinegra.

Esperar que o time de Luís Castro preserve a mentalidade vitoriosa e siga altaneiro rumo à conquista, superando adversários mais poderosos, não deixa de ser um exercício de otimismo. É preciso ter os pés no chão, mas com aquele sentimento silencioso de que é possível chegar lá.

Quase todo botafoguense olha para boas trajetórias do Botafogo com um quê de ceticismo. Decepções antigas e recentes forjaram um estado de espírito centrado na incredulidade. Mesmo quando tudo está indo bem, as dúvidas vêm e vão, como blindagem natural contra a euforia.

Desta vez, não é muito diferente. O time era cotado para permanecer no bloco intermediário, em condições de brigar por uma vaga na Sul-Americana ou, com muita sorte, um lugar na Libertadores.

Só que os jogos foram acontecendo e o Botafogo desandou a bater em todo mundo. São Paulo, Bahia, Flamengo, Atlético-MG e Corinthians. Dois deles – Fla e Galo – apontados como legítimos aspirantes ao título.

Falta muita coisa (33 jogos, ao todo), a competição pode e vai sofrer muitas reviravoltas, mas é importante que o Botafogo esteja fazendo bonito e restituindo orgulho ao seu torcedor. É visível a cada jogo a evolução técnica, turbinado pela confiança que vem junto com as vitórias.

A performance coletiva faz brotar a qualidade individual, o que destaca alguns jogadores – Tiquinho, Eduardo, Marçal e Tchê Tchê. Lembra, repito, assim meio de longe, aquele grupo campeão de 1995 comandado por Paulo Autuori, mas  é melhor não ficar falando nisso.

 

Leão tenta se reerguer dentro do Brasileiro

Parte da torcida anda desconfiada com a caminhada do Remo na Série C. O desempenho nos primeiros jogos deixou muitas dúvidas quanto ao potencial da equipe treinada por Marcelo Cabo. Do ar confiante que pairava sobre o Baenão até o confronto com o Cametá, pela semifinal do Parazão, pouco restou após as derrotas para São Bernardo e Botafogo-PB.

O tropeço em casa, na segunda rodada, deixou um gosto mais amargo. Ficou a sensação de que o time não está conseguindo jogar conforme a cartilha da competição, que exige foco, entrega e muita transpiração.

Os comandados de Marcelo Cabo jogam como quem não tem pressa, acreditando que o jogo será ganho sem esforço. Como os demais times, mesmo os mais limitados, estão empenhados em pontuar, as coisas ficam difíceis para equipes que não têm atitude vencedora.

A semana foi utilizada para treinar e rever estratégias, mas, acima de tudo, para adotar nova postura. Neste domingo, contra o reforçado Amazonas, o Remo terá a oportunidade de mostrar que de fato está mudado.

O confronto é desafiador. Os amazonenses vêm como franco-atiradores, sabendo que podem tirar partido do desespero azulino por uma vitória. Ao abraçar uma estratégia ofensiva, o Remo se expõe aos contra-ataques.

A situação mais confortável é impor o jogo e sufocar desde o início, não permitindo ao visitante se sentir confortável. O problema é que o Remo não atua assim. Mesmo quando fez suas melhores apresentações, o time jogou de forma cadenciada e trocando passes até achar espaço na defesa adversária.

Caso queira ter sucesso na Série C, terá que modificar essas características. Com a torcida presente, empurrando o time e cobrando gols, será quase impossível manter o estilo pouco agressivo. É aí que se concentra a esperança de uma vitória reabilitadora.

 

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h30, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em debate, a Série C, a Copa Verde e as finais do Parazão. A edição é de Lourdes Cezar.

 

Papão decide o 3º lugar impactado pelo vexame

Uma goleada de 5 a 0 não é fácil de esquecer, nem simples de superar. O PSC, derrotado fragorosamente pelo Ypiranga-RS, na quinta-feira, nem teve muito tempo para descansar. Chegou na sexta-feira à noite e viajou sábado para Cametá, a fim de jogar neste domingo.

Sete jogadores que têm atuado na Série C não foram inscritos e estão fora da decisão do 3º lugar do Parazão. De qualquer maneira, o técnico Marquinhos Santos tem Geovani, PH e João Vieira para o meio; no ataque, pode escalar Mário Sérgio, Vinícius Leite e Luís Phelipe.

Mesmo traumatizado, o time terá pela frente um Cametá desfigurado. Cinco jogadores, incluindo o artilheiro Pilar, deixaram o clube. No aspecto técnico, o PSC tem mais elenco e time. A dúvida é se o emocional está em ordem para iniciar bem a disputa, que vale vaga na Copa do Brasil.